Uma das minhas primeiras postagens aqui no Climax foi sobre
o filme Stalker, de Andrei Tarkovsky justamente porque aprecio um cinema mais
metido a artístico.
Não me entendam mal, eu amo cinema pipoca, mas também
valorizo filmes mais introspectivos, que me levam a refletir, ou apenas a
apreciar a fotografia.
Terra Tranquila (The Quiet Earth), do diretor Geoff Murphy é um desses filmes.
Basicamente uma grande passagem filosófica sobre solidão e
tédio em um filme pós-apocalíptico, onde nosso protagonista, Zac Hobson, um
pesquisador e cientista, acorda um dia e se vê sozinho, como o último homem
vivo na terra.
Não há sinal de mais ninguém, nem corpos, todos simplesmente
se foram, sumiram.
Zac era um dos integrantes do Projeto Flashlight, uma
pesquisa governamental de experimento com energia, e o sumiço em massa coincide
com o momento que o projeto foi iniciado.
O filme se dá com a degradação gradual da mente de Zac,
imposta pela solidão, o que nos faz imaginar que o ser humano não foi feito pra
viver sozinho, necessitamos de companhia. Do que adianta termos o mundo só pra
nos e todos os bens que podermos desejar se simplesmente não podemos aproveitar
isso com mais ninguém? E mais ainda, porque de todos, ele permaneceu vivo? E
até onde desejará continuar vivendo e qual sua parcela de responsabilidade
nisso tudo?
Em dado momento ele se declara presidente da “terra silenciosa”
e em desespero, se indaga sobre a existência de Deus.
É interessante acompanhar essa degradação do cientista até
um momento de iluminação e esperança que o motiva a seguir adiante.
Com um final intimista e aberto que não busca explicar nada,
essa produção neo-zelandesa é uma obra de arte dos filmes catástrofe, e deve
ser vista.
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