sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Climatinê: Guardiões da Galáxia

por
Felippe Maromba

Ontem na academia um dos meus amigos veio conversar comigo sobre o filme Guardians of the Galaxy, e me chamou a atenção o fato dele ter criticado o filme justamente porque havia muita comédia.

Argumentei que esse filme não poderia ser levar tanto a sério, por seu justamente uma jogada arriscada da Marvel Studios e Disney, devendo ser justamente mais “solto” pra cativar um público maior.
Porque convenhamos, não são personagens que o grande público conhece.

Não temos em “Guardians” um nome forte que possa levar sozinho uma franquia como X-Men ou Spiderman, na verdade o título obscuro dos quadrinhos dos guardiães entrou e saiu repetidas vezes da produção mensal durante os anos. Tínhamos um “run” com escritores convidados e depois indo pro inevitável cancelamento.


A formação do grupo nos quadrinhos na década de 90 é bem diferente do que vemos no filme, com uma notável excessão, Yondu Udonta (vivido por Michael Rooker no filme) foi mantido na grupo atual, o que pra mim, foi uma ótima decisão.
Na tela grande vemos um grupo bem “disfuncional” reunidos unicamente pelo destino se juntando para enfrentar um inimigo em comum e impedi-lo de destruir todo um planeta. Vocês sabem... Aquele bandidão que quer destruir tudo pra mudar a sociedade e depois reconstruí-la a sua própria imagem. Até aí, sem novidades...

Mas o que nos surpreende é que o nosso vilão é ninguém mais que Ronan, o acusador (alguém lembra da saga Operação Tempestade Galáctica, nos quadrinhos?), que pra alcançar seus objetivos faz um pacto com Thanos! O acordo seria que Ronan encontraria uma das gemas do infinito para Thanos, que em troca, destruiria o planeta em agradecimento a Ronan (justo). O problema é que uma das gemas esta justamente nas mãos do nosso grupo de heróis.
Agora pensem na voz do narrador do seriado da década de 60 do Batman enquanto lerem isso:
“Poderá Ronan e seus asseclas recuperar a gema dos nossos intrépidos heróis?”


Falando nisso, é legal ver que finalmente a linha narrativa das gemas do infinito se faz presente, porque em todos os outros filmes elas apareciam, mas não eram o motivador, ou mesmo reconhecidas. Me lembro com saudade de ler a saga d´A Manopla do Infinito nos quadrinhos, que na minha opinião é uma das melhoras sagas da Marvel, muito bem escrita, mas note, as continuações foram péssimas, pois foram feitas em forma de trilogia, seguindo com Guerra Infinita e Cruzada Infinita encerrando, mas o início foi épico, e ele que vale, com Thanos reunindo todas as gemas em uma luva e prometendo a sua amante, “a” Morte, que encerraria metade da vida do universo em um simples momento, já que agora ELE era o mais poderoso ser cósmico existente apartir de então.



Mas voltando... O filme realmente tem muita comédia, e o diretor James Gunn soube colocar na medida certa, me lembrou muito a sensação de assistir um filme dos anos 80, com cada fala sendo marcada com uma piada ou dita de modo jocoso, sempre todos brincando. Nada sendo levado a sério a não ser que fosse realmente necessário. E foi o que eu gostei! Porque assim se tornam críveis, nada de personagens perfeitos. São arrogantes, egoístas e interesseiros. Mas veja, de que outro modo poderíamos nos identifica com eles? Alguém realmente se identifica com o Superman? Podemos até idealiza a vontade de perfeição, mas nunca seremos. Os personagens do filme tipificam pessoas “normais”, com suas dificuldades e brincadeiras, buscando dar o melhor de si a todo instante. Quando você foi jovem com certeza queria ter amigos como eles são, ou até mesmo, ser como eles. Acho que essa foi uma das intenções do diretor, resgatar essa sensação de “saudade” da juventude, onde tudo era mais simples.

Bem, o filme tem um núcleo principal incrível por si só, mas com grandes atores preenchendo um possível vazia na narrativa como Benicio Del Toro, Michael Rooker, John C. Reily e Glenn Close, deixando tudo muito redondinho em termos de personagens e perfomances.


Este é facilmente o melhor filme de James Gunn até o momento, e devemos notar que ele começou cedo na indústria. Ele começou sua carreira com Tromeo e Juliet nos estúdios Troma (um clássico do trash), seus dois filmes do Scooby-doo tiveram um sucesso moderado, ate Slither, que foi uma ficção científica com horror. Todos filmes mais ou menos, até o sucesso atual.

Uma característicamarcante no seu trabalho é justamente a narrative, divertida, intensa, como os filmes mais esperados do ano devem ser. Afinal de contas ele cresceu vendo os filmes dos anos 80, com seus heróis maiores que a vida.



E como eu disse, esta é a parte boa do seu trabalho atual, essa sensação de excitação que permeia o filme, que me remete a ter visto Star Wars pela primeira vez, ou mesmo Indiana Jones, a sensação que faz vir um sorriso no seu rosto.

A trilha sonora é um espetáculo à parte.



Para encerrar, devo dizer que esse foi um filme feito para os nerds, cheio de piadas internas, referências à cultura pop e easter eggs escondidos, por isso mantenham seus olhos abertos.

Até Lloyd Kaufman esta presente em uma aparição, fora a cena pós créditos!


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