sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Climatinê: Gravidade

por
Corto de Malta

Alfonso Cuarón cria uma das mais belas metáforas do Cinema.

A Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) está em sua primeira missão espacial. Já o Dr. Matt Kowalski (George Clooney) está em sua última missão. Porém, os dois são pegos de surpresa quando consertavam o Telescópio Hubble e são atingidos por uma verdadeira chuva de destroços, o famoso lixo espacial, juntamente com os demais astronautas.

Agora os dois são os únicos sobreviventes e estão à deriva na imensidão do espaço após a destruição de sua nave, lutando para sobreviver nunca lugar onde a vida é impossível, afirmação aliás que surge logo na cena de abertura.


No entanto, numa daquelas ironias de que só a Arte é capaz, o diretor Alfonso Cuarón faz uso desta situação limítrofe para criar uma visão lírica sobre a vida.

Gravidade chama a a atenção em primeiro lugar por empregar uma técnica absurdamente bem elaborada. Mas tanto que (a exemplo de Avatar) algumas coisas tiveram que se inventadas para filmar esse longa metragem.


Sandra Bullock especialmente foi submetida a praticar um esforço físico absurdo pois ficou presa por cabos durante todo o tempo de duração do longa metragem para simular a sensação de ausência de gravidade. Talvez mais espantoso ainda foi descobrir que tais cabos eram controlados por títeres.

Tamanho rigor se deve ao fato de que Cuarón e equipe sabiam que não podiam cometer erros, pois estavam realizando um tipo de experiência de imersão pioneira no Cinema. Por isso talvez o próprio roteiro possa soar previsível e esquemático. Mas não se engane.


Pautado por esse perigo extremo, o diretor delineia através dele as fases do processo interno pelo qual a personagem passa. Mais do que isso. Em diversos momentos Cuarón apresenta ao público através de imagens altamente sugestivas um painel repleto de símbolos do Nascimento. Ou do Renascimento.

Ainda que objetivamente ele tenha que seguir os trilhos de de uma trama de sobrevivência e superação comum, nas entrelinhas desenvolve uma subjetividade particular que só a Arte pode transmitir.

3 comentários:

Renver disse...

O que é títeres?

Corto de Malta disse...

Títere são aqueles caras qe controlam marionetes com cordas.

Renver disse...

Isso explica as imagens que apareceram no Google imagens

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