sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Climatinê: Questão de Tempo por Corto

por
Corto de Malta

Quem não iria querer viajar no tempo para conquistar (e reconquistar) Rachel McAdams?

Tim (Dominic Gleeson, ótimo) é um jovem que descobre através de seu pai (Bill Nighy, também ótimo) que os homens de sua família tem o dom de viajar no tempo. Para isso basta irem para um local escuro e solitário - geralmente um armário - e cerrar os punhos para retornar a algum ponto do passado no qual já tenha estado antes.


O tímido protagonista, então, decide usar o poder para consertar situações do passado em que gostaria de ter agido diferente. Porém, quando ele se apaixona por Mary (Rachel McAdams) é que as mudanças causadas por Tim o colocam diante de uma série de dilemas.

O cineasta Richard Curtis faz talvez o filme mais despretensioso envolvendo o tema viagem no tempo. Logo no começo o pai de Tim esclarece que outros parentes tentaram bagunçar a realidade ou enriquecer ilicitamente e acabaram mal. É quase como se fosse um recado para o público dizendo que não é por ali que eles querem conduzir a trama.


Ao contrário do que possa parecer, no entanto, o herói da história não usa o poder para conquistar sua amada Mary e sim para reconquistá-la, após esse mesmo poder ter descontinuado da realidade o seu primeiro encontro quando Tim quis ajudar um amigo. Aliás, uma questão para reflexão: os dois maiores revezes que ocorrem ao protagonista ao longo do filme ocorrem quando ele tenta ajudar alguém que não ele mesmo.

Apesar de apostar o tempo todo numa narrativa leve e descontraída que segue as idas e vindas no tempo durante o correr da vida de Tim, ou mesmo em momentos que não envolvam o uso desse dom o (como na cena da chuva no casamento) o diretor procura concluir o longa metragem se apegando a um conceito sério da ficção científica e explorando suas consequências dramáticas.


Mas ele não resiste e a cena final entre pai e filho que, por mais bonita que seja, inviabiliza tudo que foi dito anteriormente sobre as limitações de viajar no tempo. Licença poética que, se diminui o impacto da obra, não retira o seu encanto. E parte desse encanto se deve pela escalação de Rachel McAdams, interpretando pela terceira vez em quatro anos a musa de um viajante do tempo. As demais foram em Te Amarei Para Sempre e Meia-Noite em Paris. Se aparecer um remake de Em Algum Lugar do Passado capaz de chamarem ela par ao papel que foi da Jane Seymour.

Enfim, pra encerrar duas notas interessantes:


O Bill Nighy tem uma doença que o impede de abrir os dedos mindinho e anelar das mãos, o que talvez tenha motivado que a funcionalidade das viagens envolvesse cerrar os punhos.

E o diretor Richard Curtis aparentemente largou a carreira após concluir Questão de Tempo. Segundo ele, trabalhar no longa metragem o fez pensar e decidir dedicar mais seu tempo para sua família.


3 comentários:

Renver disse...

Interessante...

Anônimo disse...

Filme de menininha....

Anônimo disse...

Lilian

Corto sempre atraindo os seus haters...hauahuahauahauahau

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