Baú do Tesouro: Série Vaga-Lume por Macgaren

Na Rota da Aventura com um vaga-lume.

Estava mexendo em umas caixas de livros antigos aqui em casa e acabei encontrando o primeiro livro que li na minha vida. Como só a mera visão desse livro já bem velhinho me trouxe muitas lembranças vou dividir com vocês a querida série Vaga-Lume.

A coleção começou a ser lançada em 1972 pela Editora Ática. Voltada principalmente para os jovens leitores, os livros tinham como característica serem de simples leitura e trazendo quase sempre adolescentes como personagens principais mas nem por isso sendo imbecis.

O livro que me inspirou a fazer este post é “Na Rota do Perigo” de Marcos Rey (e que pesquisando pra escrever isso descobri que ele infelizmente morreu).

O livro conta a história de Toni, um rapaz de 18 anos que sonha em ser jornalista como o Pai falecido, mas seu Padrasto quer que ele faça faculdade de contabilidade para trabalhar em sua empresa. Toni então foge de casa e vem para São Paulo morar com seu Tio Waldo. O problema é que o Titio era um tipo que vivia de pequenos golpes e acaba indo pra cadeia. Toni então se vê sozinho na cidade grande e acaba se envolvendo nos “negócios” do Tio e que envolvem até roubo de caminhões.

Fui obrigado a ler esse livro quando eu estava na 5ª série pois iria ter uma prova sobre ele. Mas diferente daqueles livros clássicos da literatura nacional que somos obrigados a ler na adolescência e que normalmente acabam mais afastando do que trazendo os jovens para o mundo da leitura, Na Rota do Perigo com sua linguagem fácil me prendeu do início ao fim . Resultado? Tirei “A” na prova e não parei mais de ler.

Outra característica da Coleção Vagalume era que os livros traziam um suplemento com perguntas sobre a história e que faziam com que os leitores, mesmo após a leitura pensassem sobre o que acabaram de ler.

Mas nem só de Rota do Perigo era feita a coleção e após essa primeira experiência garimpei a biblioteca da escola e li todos os livros que tinham o vagalumezinho na capa que encontrei por lá. O Mistério da Cidade Fantasma, O Escaravelho do Diabo, A Ilha Perdida, Os Barcos de Papel, O Desafio do Pantanal e muitos outros mas novamente dou destaque a outro de meus preferidos: O Mistério do Cinco Estrelas.

Por coincidência (ou não) O Mistério do Cinco estrelas também é escrito pelo Marcos Rey e se passa em um luxuoso Hotel em São Paulo (A Cidade era cenário frequênte nos livros do autor). Léo o Mensageiro do hotel, mesmo sem se dar conta testemunha um assassinato e acaba acusado pelo crime. Para limpar seu nome ele se junta ao primo Gino e a amiga Ângela para desvendarem o mistério.O livro traz boa dose de aventura, ação e até um pouco de romance. O trio de detetives amadores voltaria a aparecer em mais três histórias: O Rapto do Garoto de Ouro, Um Cadáver Ouve Rádio e Um Rosto no Computador. Todos muito bons.

Outro livro que merece menção honrosa é o clássico Éramos Seis.

Escrito por Maria José Dupré, Éramos Seis foi originalmente publicado em 1943. Mas depois foi republicado como parte da Coleção Vaga-lume. A história narra o dia a dia da Família de Dona Lola nos anos 30. A história teve algumas adaptações para a Televisão (e até um filme Argentino) mas a versão que se tornou mais famosa foi a produzida pelo SBT e exibida em 1994. Traz Nomes como Irene Ravache e Othon Bastos no elenco. Éramos Seis diferentemente de grande parte dos livros que compõem a coleção não é o que se pode chamar de livro “Infanto-juvenil” já que tem uma trama mais densa. Mesmo assim é leitura obrigatória.

Se alguém tiver oportunidade de ler algum dos mais de 100 livros da coleção, seja encontrando os livros em Sebos ou algum outro meio não muito lícito, leia! Eis um ótimo exemplo de que é possível escrever livros para jovens sem precisar apelar para Vampiros Afrescalhados ou algo do tipo.