sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Especial: Uma Homenagem ao Colega Ale Rocha
A alguns anos eu tinha um Blog, o Panorama Imaginado, onde escrevi o texto 40 Filmes Que Traumatizaram Minha Infância (sim, eu sou dramático) que conseguiu uma repercussão boa a ponto do jornalista Ale Rocha, do blog Poltrona, ter me pedido pra publicá-lo lá. Claro que eu tive que limar bem uns 35 filmes da lista pra caber no padrão das postagens do Ale. Mas insisti em pôr um filme que ele incialmente não fazia questão: Os Três Desejos de Billy Grier.
Nesse filme, estrelado pelo eterno Karatê Kid Ralph Macchio, um adolescente chamado Billy descobre que tem uma doença raríssima que lhe causa envelhecimento rápido e uma morte iminente. Após o choque inicial, ele decide deixar a casa da mãe (o que acaba matando ela um pouquinho por dentro também) para partir numa jornada e conseguir realizar 3 desejos antes de morrer. Tocar saxofone, aprender a dirigir e perder a virgindade.
Só que no fundo, no fundo o verdadeiro desejo do Billy é outro. Reencontrar o pai que abandonou a família a muitos anos. Eu tinha pavor desse filme quando era criança e passava na Sessão das Dez ou no Cinema em Casa do SBT, acho que pela idéia do envelhecer rápido, morrer jovem, assim como naquela história do Homem-Aranha, O Que Aconteceria se o Uniforme Negro Dominasse Peter Parker?, mas revendo hoje em dia o filme me passa uma impressão muito diferente. É uma reflexão bonita sobre como tocar a vida sob a sombra da morte e, afinal, morreremos todos um dia.
E tive essa oportunidade quando encontrei o filme completo no youtube. E o mais legal é quem o colocou lá usou como descrição o mesmo texto que eu escrevi e o Ale e seguramente ajudou a tornar muito mais conhecido.. Isso me deu uma sensação engraçada de saudosismo. Até porque, após a publicação no Poltrona eu quase não tive contato com o Ale, mas continuei acompanhando o seu trabalho o quanto pude.
Eu descobri que discordava dele em muitas coisas, mas admirava sobretudo seu senso crítico, tão raro no cenário da blogosfera atual. Não éramos amigos e a última vez que nos falamos pela internet foi sobre a final do Big Brother (ou seja, nada muito edificante), mas isso não me impedia de me comover acompanhando a verdadeira batalha diária que ele travava contra a dor e o sofrimento de uma pessoa que esperava um pulmão na fila do transplante do SUS, tendo como única arma a esperança...
Faz uns dias fiquei feliz quando soube que ele finalmente ia receber um pulmão. Sentimento que logo se desfez na terça-feira, 06 de dezembro de 2011, quando veio a notícia do seu falecimento, aos 34 anos de idade, devido a uma infecção após o transplante. É tão estranho quando alguém morre, a gente pensa no que dizer pra família pros amigos, ou lembrar que ele ainda tinha um filho que não pôde conviver mais com o pai...
Daí me lembrei de quando conheci o Ale, e percebi algo que francamente eu jamais me atrevi a pensar antes, pois não contava que a sua trajetória terminasse assim: a semelhança da história dele com a do Billy Grier. Não por ser velho, lógico, afinal o último tweet do cara antes de ir pro hospital pela última vez foi #Hoje é dia de rock bebê. Hahahahahahaha!!!!
Não, ele me lembrou o personagem desse filme pela maneira como lidou com a sombra da morte amando ainda mais a vida, seja muito unido a família e ao filho ou trabalhando naquilo pelo qual era apaixonado, a crítica de televisão. Então, se antes Os Três Desejos de Billy Grier me trazia uma lembrança amarga ou "traumática" de uma história pesada, agora sempre que me lembrar dele vou recordar da coragem com que o Ale enfrentou a morte e a vida.
Sinceramente, não sei se caso ele visse esse texto ia ficar feliz e agradecido ou se faria uma crítica mordaz sobre como o estou homenageando, enquanto uso a sua morte para promover uma postagem... Ainda assim, e por causa disso, este Post, encerrado com o filme Os Três Desejos de Billy Grier, é dedidado ao Ale. Não sei quais eram os desejos dele em vida, mas tenho certeza que ele agora reencontrou a Paz que tanto procurou...
A gente se vê um dia, amigo...
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Um comentário:
Bom post corto e uma boa homenagem ao seu amigo, que digo sinceramente desconhecer mas sei que ele ficaria orgulhoso.
Ah e eu lí todo o seu post agora sobre os 40 filmes, legal hein.
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