Entrando para o seleto grupo de personagens que chegam o número 500, Mônica ganha uma edição comemorativa.
Não, você não estava perdido no tempo e não percebeu mesmo o número 499 chegar às bancas. Na verdade, esta é a edição número 54 da Mônica publicada pela Panini. Pegue as 200 edições da Editora Abril (de 1970 a 1986), as 246 da Editora Globo (de 1987 a 2006) e estas 54 da Panini e teremos 500 edições da dentuça de vestido vermelho.
Mas vamos à edição propriamente dita.
A primeira história, “As 500 edições da Turma da Mônica” não apresentou nada demais. Um roteiro um tanto confuso sobre lembranças e que eu não entendi direito (o que não quer dizer muito). Mas ou eu estava muito por fora ou não vi grandes referências ao passado, apenas algumas capas antigas, apresentadas muito aleatoriamente por sinal. Pelo menos tem alguns momentos de humor rápido e moderno, estilo sitcoms americanas. Mas outra coisa que não gosto muito é que essa história tem o traço mais para o lado “exagerado” que os estúdios adotaram nos últimos anos, com olhos esbugalhados e carregando nas expressões faciais exageradas.
Já a segunda “Outros 500!” mandou muito bem, a começar pelo roteiro mostrando que o passado do mundo mudou e na verdade quem está fazendo 500 números é a revista do Xaveco e somente Cebolinha percebe isso. Para tentar consertar, ele volta no tempo e revive histórias clássicas desde a primeira tirinha. Essa história sim é ótima, com várias referências e que incrivelmente eu entendi (exceto as mais modernas), como o fato de Zé Luiz falar que se tivesse uma irmã seria chamada Mônica (para quem não sabe, no início a Mônica era a irmã do Zé Luiz) e mostrando uma das minhas histórias preferidas “Os azuis”. Aqui o traço é mais para o tradicional na parte que se passa no presente, mas na viagem ao passado, o estilo de cada época é preservado. Excelente! Embora creio ter notado alguns erros de continuidade, como o Titi de traço moderno numa história antiga, tudo está muito bem encaixado.
"Os azuis" (o original) já focava temas como preconceito e intolerância |
A sessão Passatempo também teve seu flashback, pedindo para associar capas clássicas, associar o personagem ao seu número de estréia, etc. Bem bacana.
Agora algo que poderia ser uma grande sacada, a meu ver, seria o “Correio da Mônica”, sessão onde são enviadas as fotos dos leitores. Creio que faltou um pouco de criatividade. Poderiam por exemplo ter feito um comparativo de como os leitores eram nos anos 70/80/90 e como são hoje. No entanto, preferiram colocar fotos apenas dos leitores de atuais mesmo.
Vale ressaltar que a Panini não ficou com picuinhas, e não economizou citações à Editor Abril ou Globo. E vale destacar que muitas referências só são possíveis graças às coleções clássicas que a Panini já publica há algum tempo, como “As tiras clássicas da Turma da Mônica” e “Coleção História Turma da Mônica”. Uma excelente e imperdível iniciativa da Panini, apesar de conter alguns erros como distribuição e periodicidade.
Outra “bronca”: Em certo momento, Maurício mostra apenas alguns super-heróis que já chegaram aos 500 (Homem-Aranha, Thor, Batman, Superman), mas se esqueceu de todos os outros personagens que já chegaram à marca... Por que não colocar Tio Patinhas, Pato Donald, Mickey (se esqueceu que agora a Marvel é da Disney? O processo ia ser o mesmo. Hehehe), Fantasma, o Tex que chega a este mês aos 500 também... Creio que seria uma homenagem muito legal.
Porra Maurício! Se tu não falir em pagar direitos autorais por essa imagem, não se preocupa nunca mais. |
Basicamente, isso é tudo. Apesar de há muito tempo não ler a Turma da Mônica, posso dizer que gostei bastante desta edição. E com certeza irei comprar Cebolinha #500 daqui 2 anos e 2 meses. E estarei sempre torcendo para Maurício continuar aceitando novos desafios e inovando, como foi com Turma da Mônica Jovem e vários desenhos da turma que parecem vir por aí.
6 comentários:
essa edição ficou muito boa mesmo, apesar de infantil é será uma raridade daqui alguns anos, quem é mais velho realmente terá uma preciosidade em mãos.
ÓTIMA crítica. Tenho que comprar esse gibi.
Os Azuis é mesmo uma das mais (senão a mais) importante história da história da Turma da Mônica.
E daqui a 11 Meses (se não errei a conta) é a Vez do Aranha chegar à edição 500
O Aranha já fez 500 edições a muy tempo. E essa história da Monica 500 é horrível. E história toda falando das 500 revista.
O Aranha só fez 500 edições se contar a Teia do Aranha.mas a revista mensal mesmo está na 489.
Ótima resenha, apesar de discordar em alguns pontos. A revista está muito boa, com destaque para a tirinha final onde a Mônica termina perseguindo o Cebolhinha (para mostrar que velhos hábitos nunca morrem). Com certeza, um dia, vou lê-la pros meus futuros filhos.
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