segunda-feira, 27 de junho de 2011

Climatinê: Falling Skies

por
L

A invasão alienígena que estreou dia 24 no Brasil desbancou a invasão dos zumbis em audiência. Será que a série é tudo isso?

Estreou no Brasil no último dia 24, às 22:00, no canal pago TNT, o seriado Fallen Skies, que conta com a produção e co-criação de Steven Spielberg. Nele, é mostrada uma Terra já invadida por seres de outro planeta e a tentativa de resistência dos seres humanos.

O seriado não perde tempo com explicações (que devem ser mais objetivas com o tempo), e através de rápidos desenhos e depoimentos de crianças vemos como a Terra rapidamente foi dominada pelos invasores. Logo em seguida, vemos Tom Mason (Noah Wyle, de Plantão Médico) e seu filho Hal, de 17 anos, fugindo dos aliens, tentando levar comida para a resistência da cidade de Boston.
Ficamos sabendo que basicamente existem dois tipos de invasores: os Mechs (“Mecas”, “Máquinas”, “Robôs”, não sei como serão chamados) que são basicamente robôs com miras à la Predador e os Skitters (ou Saltadores), que são propriamente os aliens de 6 pernas e que também são muito resistentes e muito mais ágeis.

A história provavelmente focará em Tom Mason, que além de Hal possui dois outros filhos: Matt, um menino que fica no acampamento por não ter idade para lutar e Ben, seu filho desaparecido. Apesar de não ser militar, Tom, um professor de história, é um dos principais líderes. Isso acaba até sendo legal, já que Tom faz algumas citações de estratégias militares que funcionaram ao longo do tempo, mesmo com exércitos bem menores.

O seriado tem boas cenas de ação e deve dar um enfoque no difícil relacionamento familiar e entre civis e militares, tendo Tom como a ponte de ligação, que acaba sendo um pouco de cada e tenta conciliar as diferenças do seu superior militar, Capitão Weaver e uma das porta-vozes dos civis, a médica Anne Glass (com quem rola um certo climinha).

Mas, vamos às críticas:

Falling Skies estreou nos States no último dia 19 e fez um grande sucesso, até maior que Walking Dead. Embora sobre temas bem diferentes, algumas comparações com os zumbis são inevitáveis: os aliens só morrem com tiros na cabeça e de perto (os Salteadores, no caso). Alguns seres humanos se tornam escravos através de uma espécie de parasita, que se removido causa a morte. O surgimento sem qualquer explicação e a série já começando no mundo dominado pelo caos, são outras semelhanças.

Outra semelhança é o fato do seriado ser focado na família, na busca de um pai e seus sacrifícios para recuperar seu filho, preso pelos invasores e dominado pelo parasita... Mas algumas vezes o seriado se torna piegas e até infantil demais, com diálogos bem constrangedores. Como exemplo, Hal dizendo ao pai que “até outro dia você tinha medo de mim com a moto, e agora me dá pentes extras para a arma”. Depois se abraçam... Em outra hora um personagem arrisca a vida e o grupo por um cachorro... Temos também o filho mais novo querendo sua festinha de aniversário (“meu irmão ganhou e eu não”). Sem contar um provável (e eu diria inevitável) triângulo amoroso.

Mas voltando ao filho mais novo, Matt, este sim é uma das piores coisas da série. Vive reclamando e cobrando, talvez achando que estão num acampamento de férias... Reclama que não ganhou festa, reclama da aveia, diz que quer de aniversário que tudo volte ao normal (ah vá... só você?). Pô, tudo bem que viver no meio de uma guerra não é dos cenários mais bonitos. Mas com um malinha desses diminuindo a moral das pessoas, quem precisa de inimigos?


Dra. Anne e o pentelhinho. Mochila do Transformers, robôs invasores alienígenas? Tá de sacanagem garoto?

Tirando isso, todos os personagens até que estão bem. Noah segura bem as pontas, não sendo um professor de história chato... mas que também bem que poderia se aprofundar em algumas passagens históricas, já que creio ser essa uma de suas  funções. Já Pope, um guerrilheiro encontrado depois, deve acabar ganhando a simpatia do grande público, já que faz o estilo bad ass chutador de bundas de aliens. A médica Anne tem bastante fibra, o capitão Weaver faz o seu papel de sem coração detestável e o casal adolescente não complica, apesar da loirinha e lindinha Karen (Jessy Schram) adorar um “cavalinho do Pânico”.

A série começa num ritmo frenético, e concordo que não se deve perder tempo mesmo, mas como gosto de ciências, uma rápida explicação e diferenciação entre Mecas e Saltadores seria de grande ajuda, em vez de ficarem perdendo tempo com draminhas. Do que é feito o corpo dos Saltadores? E o metal que forma os Mecas? Quem controla os Mecas?

Apesar de não economizar na ação, as batalhas são um tanto curtas. Isso talvez devido ao fato de tantos Mecas como Saltadores serem praticamente indestrutíveis. Não esperava uma guerra mundial, mas algumas linhas de combate seriam muito legais. Porém como Pope diz que supostamente conseguiu enfrentar um no mano a mano, é de se esperar que com o tempo aconteça o mesmo que na maioria dos seriados, em que vão conseguindo lidar com um número maior de inimigos e a dificuldade diminua. 

No saldo total, posso dizer que vale a pena dar uma conferida em Falling Skies. Os efeitos estão bons e em abundância (apesar de não serem nenhuma revolução, mas também não fazem feio) e apesar de não possuir muitos “ganchos” de suspense para o próximo capítulo, tenho bastante curiosidade em ver como as coisas vão desenrolar.

Confira o trailer legendado:



Um comentário:

Unknown disse...

Essa série tem um grave problema de narrativa. Ela não anda. Arrastadíssima.

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