segunda-feira, 6 de junho de 2011

Climatinê: X-Men Primeira Classe

por
Monitor
Estava predestinado que Matthew Vaughn iria dirigir algum dia um filme dos X-Men. Mas depois de algumas confusões por não ter tempo suficiente para fazer o filme que queria, ele caiu fora de O Confronto Final. Agora, anos depois, ele é chamado novamente para assumir os mutantes, depois de um filme MUITO fraco, a desconfiança total dos fãs e com um tempo de gravação bem curto em relação aos filmes anteriores. Mas as vezes, a pressão faz bem ao homem. E porra, como fez bem a First Class! Review com spoilers, mas como já soltaram certas coisas antes da hora, uarevaa.

Bem vamos antes a historia: Voltando para a decada de 40, durante a segunda guerra mundial, vemos dois cenários. Por um lado vemos o primeiro encontro entre Charles Xavier e Raven (a futura Mística) ainda crianças, e Erik Lehnsherr sendo tirado de seus pais (numa cena refeita frame by frame como no primeiro filme com Bryan Singer) e deixado aos cuidados de Sebastian Shaw (Kevin Bacon), na época que ele ainda não usava esse nome e era médico experimental dos nazistas, com grande interesse no potêncial do jovem Eric.



Anos mais tarde, em 1962, temos um já adulto Eric (Michael Fassbender) caçando os nazistas remanecentes ao redor do mundo, mas especialmente interessado em completar sua vigança contra Shawn. Charles (James McAvoy) e Raven (Jennifer Lawrence) estão na Suiça terminando seus estudos quando a agente da CIA Moira McTagget (Rose Byrne) pede sua ajuda para identificar os mutantes aliados de Sebastian Shawn, agora nos Estados Unidos como um suposto dono de um club de striptease para milionários, mas que tem planos megalomaniacos para a raça mutante. Com sua aliada e braço direto Emma Frost (January Jones), ele manipula o governo russo e americano afim de que a 3º Guerra Mundial se inicie e só os filhos do átomo andem sobre a Terra. Durante o primeiro conflito direto entre a CIA e Shawn, Eric e Charles se encontram pela primeira vez, iniciando assim uma amizade que pode definir o destino dos mutantes no futuro.



Bem, Matthew Vaugh não apenas entregou o melhor filme dos X-Men já feito, melhor até que X-Men 2, mas também como o melhor filme da Marvel em anos, não só se prendendo aos quadrinhos mas também a propria cultura pop dos anos 60, com a explosão do rock'n'roll e do poder de mudança da juventude, a paranóia nuclear, os novos estilos artisticos e até mesmo a James Bond. Junte isso a uma historia de origem muito bem contada e amarrada, roteiro bem escrito, ótimas atuações e uma ação muito superior do que os outros filmes da serie e você terá o resultado de X-Men First Class.



O longa-metragem tem 3 personagens essenciais, que são Charles Xavier, Magneto e Mística. O filme não torna isso uma especie de triangulo amoroso, porque ali de fato não é, mas um reflexo da batalha ideológica entre os mutantes. Raven não se sente a vontade com sua verdadeira condição fisica, e pelo fato de se esconder e também pelo fato de que Charles não olha para ela como mulher e mutante. Ela tenta se relacionar com Hank McCoy (Nicholas Hoult) mas, o fato dele também não se aceitar como mutante, faz que ela se distancie e procure a unica pessoa que quer ver como ela realmente é, no caso, Eric.



No caso de Erik Lehnsherr, ele age como um James Bond hardcore, movido por vingança e deixando um rastro de sangue nazista atrás da pessoa que matou sua mãe e de certo modo mostrou para ele que é um mutante. Ao encontrar Xavier, ele vê uma pessoa que realmente pode mudar o cenário de como as pessoas podem ver os mutantes, e se identifica ao saber que não está sozinho como um ser diferente. Alias, por ter sido considerado diferente a sua vida inteira é o que faz se aproximar de Mistica e fazê-la se aceitar como é.



Já Charles Xavier, desde pequeno facinado com pessoas importantes para a ciência e para a humanidade, é um estudante esforçado de genética e, diferente de sua contraparte idosa, é um mulherengo e beberrão, mas que decide assumir para si a responsabilide de ser o lider para essa nova geração, cargo esse que decide dividir com seu novo amigo Eric a medida que se aproximam. O momento que Eric, com ajuda de Charles, se lembra de sua ultima lembrança feliz, fazendo-o assim ter controle de seu poderes magneticos, é de fazer qualquer fã chorar de emoção. Sua amizade e seus pontos de vista opostos mas ao mesmo tempo complementares foram muito bem colocados aqui pelo diretor e roteiristas.



No caso de Sebastian Shawn, ele além de ser um vilão megalomaniaco no estilo dos vilões do 007 na decáda de 60, é um espelho do que Magneto virá a ser no futuro, mas de maneira muito mais sarcastica e impiedosa do que Eric. Os seus poderes mutantes em comparação aos quadrinhos foram adaptados e atualizados para um resultado mais explosivo. Emma Frost foi fria e sensual e tem uma ótima presença de cena, além de ser uma grande vilã dentro do filme. Riptide (Álex González) parece um cafetão das antigas (o que é legal) mas não faz muita coisa no filme. Azazel (Jason Flemyng) além de ser um grande porrador, mantem uma certa continuidade com o trabalho de Allan Cumming não só pelo fato de ser alemão, mas de se impor melhor em cena do que Riptide.



No lados dos X-Men, Nicholas Hoult como Fera é muito bacana e relembra vagamente Kelsey Grammer, Edi Gathegi ficou ótimo como Darwin, mas tem pouco tempo de cena por causa do seu triste destino (isso eu não gostei no filme), Havok consegue ser durão e ao mesmo tempo divertido e só por ver Banshee (Caleb Landry Jones) voar e ter uma luta aérea contra Angel Salvatore (feita por Zoë Kravitz, que no meio do filme muda pro lado de Shaw) já valeu o suficiente. Rose Byrne foi muito bem como Moira MacTaggert, tendo mais ação que sua contraparte das HQs e menos roupa também (FUCK YEAH!), além de ter ajudado a ser mais um fugura alegórica dentro do conflito ideológico de Xavier e Eric.



Em termos de trama, foi bem mostrado o fato de que de certa maneira o maior inimigo do ser humano é ele mesmo, é do exterminio que certas pessoas querem fazer a humanidade evoluir, não só fisicamente mas culturalmente. A Guerra Fria manipulada por Shawn representa o antigo, enquanto Xavier e Eric são a evolução da maneira de como isso pode ser tratado. O preconceito, a ignorancia e o medo fazem parte de nossa convivência e não nos permitem enxergar como nós somos tão parecidos uns com os outros, e como essa cegueira pode nos influenciar a mudar, para melhor ou pior.



Mais um dos conflitos, pelo menos quem acompanha quadrinhos e até mesmo os filmes, vai ser a questão cronológica, já que tem certos retcons em relação aos filmes anteriores como, por exemplo, o Cerébro ser criação do Fera, Charles e Eric terem se conhecido depois dos 17 anos, etc. Não que vai estragar a ótima diversão desse filme, mas teoricamente, The Last Stand e Origens: Wolverine não contam mais como parte do canône dos filmes. Acredito que a medida que o Second Class e quem sabe Third Class chegarem, mais coisas ficaram claras em relação ao que vale ou não. Me lembro da época do Batman Begins que tinha gente pensando que o filme se passava antes do filme do Tim Burton de 89, por exemplo. Provavelmente The Wolverine e Deadpool estarão relacionados agora mais com FC e os filmes do Singer, para tentar dar de fato uma coerência temporal não só pro publico de quadrinhos mas para o publico geral. Só quero saber como vai ser esse papo de X-Men 4 depois de tantas mudanças que aconteceram...



Em relação as participações especiais, veremos alguem que pode ser a Tempestade na cena do Cerébro, Wolverine no bar (cena que diferencia de tom do resto do filme mas que ao mesmo tempo se encaixa perfeitamente),Willian Striker pai (assim tornando o personagem de Brian Cox em Willian Striker Jr) e ela, a Mistica original, Rebecca Romjin Stamos, em uma homenagem bem bolada, acompanhada dos atores fodas James Remar, Ray Wise e Michael Ironside como parte integrante das forças armadas dos Estados Unidos.



No fim das contas, X-Men Primeria Classe (ou First Class, você é quem sabe) não é só o melhor filme da Marvel do ano até agora, o melhor filme dos X-Men já feito, mas o melhor filme da Marvel a ter saido em anos. Agora é esperar para saber como eles vão seguir a historia, se vai ser nos anos 70, continuar no anos 60, ou se até mesmo o Cable vá aparecer (credoemcruz)... Mas assista sem medo, e com a consiência que eu já tinha avisado antes como o filme seria foda, HAAHAHHAHAHAHAHAHAHA!


NOTA:9.5

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