Ontem na academia um dos meus amigos veio conversar comigo
sobre o filme Guardians of the Galaxy, e me chamou a atenção o fato dele ter
criticado o filme justamente porque havia muita comédia.
Argumentei que esse filme não poderia ser levar tanto a sério, por seu justamente uma jogada arriscada da Marvel Studios e Disney, devendo ser justamente mais “solto” pra cativar um público maior.
Argumentei que esse filme não poderia ser levar tanto a sério, por seu justamente uma jogada arriscada da Marvel Studios e Disney, devendo ser justamente mais “solto” pra cativar um público maior.
Porque convenhamos, não são personagens que o grande público
conhece.
Não temos em “Guardians” um nome forte que possa levar
sozinho uma franquia como X-Men ou Spiderman, na verdade o título obscuro dos
quadrinhos dos guardiães entrou e saiu repetidas vezes da produção mensal
durante os anos. Tínhamos um “run” com escritores convidados e depois indo pro
inevitável cancelamento.
A formação do grupo nos quadrinhos na década de 90 é bem diferente
do que vemos no filme, com uma notável excessão, Yondu Udonta (vivido por
Michael Rooker no filme) foi mantido na grupo atual, o que pra mim, foi uma
ótima decisão.
Na tela grande vemos um grupo bem “disfuncional” reunidos
unicamente pelo destino se juntando para enfrentar um inimigo em comum e
impedi-lo de destruir todo um planeta. Vocês sabem... Aquele bandidão que quer
destruir tudo pra mudar a sociedade e depois reconstruí-la a sua própria
imagem. Até aí, sem novidades...
Mas o que nos surpreende é que o nosso vilão é ninguém mais
que Ronan, o acusador (alguém lembra da saga Operação Tempestade Galáctica, nos
quadrinhos?), que pra alcançar seus objetivos faz um pacto com Thanos! O acordo
seria que Ronan encontraria uma das gemas do infinito para Thanos, que em
troca, destruiria o planeta em agradecimento a Ronan (justo). O problema é que
uma das gemas esta justamente nas mãos do nosso grupo de heróis.
Agora pensem na voz do narrador do seriado da década de 60
do Batman enquanto lerem isso:
“Poderá Ronan e seus asseclas recuperar a gema dos nossos
intrépidos heróis?”
Falando nisso, é legal ver que finalmente a linha narrativa
das gemas do infinito se faz presente, porque em todos os outros filmes elas
apareciam, mas não eram o motivador, ou mesmo reconhecidas. Me lembro com
saudade de ler a saga d´A Manopla do Infinito nos quadrinhos, que na minha
opinião é uma das melhoras sagas da Marvel, muito bem escrita, mas note, as
continuações foram péssimas, pois foram feitas em forma de trilogia, seguindo com
Guerra Infinita e Cruzada Infinita encerrando, mas o início foi épico, e ele
que vale, com Thanos reunindo todas as gemas em uma luva e prometendo a sua
amante, “a” Morte, que encerraria metade da vida do universo em um simples
momento, já que agora ELE era o mais poderoso ser cósmico existente apartir de
então.
Mas voltando... O filme realmente tem muita comédia, e o
diretor James Gunn soube colocar na medida certa, me lembrou muito a sensação
de assistir um filme dos anos 80, com cada fala sendo marcada com uma piada ou
dita de modo jocoso, sempre todos brincando. Nada sendo levado a sério a não
ser que fosse realmente necessário. E foi o que eu gostei! Porque assim se
tornam críveis, nada de personagens perfeitos. São arrogantes, egoístas e
interesseiros. Mas veja, de que outro modo poderíamos nos identifica com eles?
Alguém realmente se identifica com o Superman? Podemos até idealiza a vontade
de perfeição, mas nunca seremos. Os personagens do filme tipificam pessoas “normais”,
com suas dificuldades e brincadeiras, buscando dar o melhor de si a todo
instante. Quando você foi jovem com certeza queria ter amigos como eles são, ou
até mesmo, ser como eles. Acho que essa foi uma das intenções do diretor,
resgatar essa sensação de “saudade” da juventude, onde tudo era mais simples.
Bem, o filme tem um núcleo principal incrível por si só, mas
com grandes atores preenchendo um possível vazia na narrativa como Benicio Del Toro,
Michael Rooker, John C. Reily e Glenn Close, deixando tudo muito redondinho em
termos de personagens e perfomances.
Este é facilmente o melhor filme de James Gunn até o
momento, e devemos notar que ele começou cedo na indústria. Ele começou sua
carreira com Tromeo e Juliet nos estúdios Troma (um clássico do trash), seus
dois filmes do Scooby-doo tiveram um sucesso moderado, ate Slither, que foi uma
ficção científica com horror. Todos
filmes mais ou menos, até o sucesso atual.
Uma característicamarcante no seu trabalho é justamente a narrative,
divertida, intensa, como os filmes mais esperados do ano devem ser. Afinal de
contas ele cresceu vendo os filmes dos anos 80, com seus heróis maiores que a
vida.
E como eu disse, esta é a parte boa do seu trabalho atual,
essa sensação de excitação que permeia o filme, que me remete a ter visto Star
Wars pela primeira vez, ou mesmo Indiana Jones, a sensação que faz vir um
sorriso no seu rosto.
A trilha sonora é um espetáculo à parte.
Para encerrar, devo dizer que esse foi um filme feito para
os nerds, cheio de piadas internas, referências à cultura pop e easter eggs
escondidos, por isso mantenham seus olhos abertos.
Até Lloyd Kaufman esta presente em uma aparição, fora a cena
pós créditos!
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