quarta-feira, 12 de março de 2014
Da Prensa: Cebolinha #500
Na verdade é o Cebolinha #86 pela numeração da Panini, mas juntando as três editoras que publicara Turma da Mônica (Abril, Globo e Panini) no Brasil totalizam-se quinhentas edições da revista do menino que fala "elado" e tem os planos mais "infalíveis" do mundo.
A revista é dividida em uma longa história de abertura seguida por histórias menores, mas todas são interconectadas, formando uma grande história maior. Mérito da MSP (Mauricio de Sousa Produções), que também recheia a edição de inúmeras referências aos quinhentos números do gibi publicados no Brasil.
A trama principal explorando uma curiosidade da revista Cebolinha. Tudo começa quando o Capitão Feio consegue para sua coleção de quadrinhos a edição Cebolinha #1 da Abril e fica revoltado ao perceber que, mesmo estando na capa, não há nenhuma história com ele dentro da edição.
O vilão então vai atrás do garoto dos cinco fios de cabelo e o surpreende bem quando ele acabara de roubar o Lápis Mágico da Marina, que atravessa dimensões e infinitos gibis, para tramar um Plano Infalível. Fazendo uso dele Cebolinha e Capitão Feio unem forças para enfrentar uma verdadeira conspiração contra todos os super vilões que o Cebolinha enfrentou no passado e que também queriam sabotar a edição Cebolinha #1 para estarem na capa.
Aliás, esse é outro ponto curioso: no começo o Cebolinha das suas aventuras solo enfrentava muitos vilões poderosos e não ficava só bolando planos infalíveis. Isso durou toda a Fase Abril até o começo da Fase Globo e depois foi deixado de lado, tanto que muitos personagens que retornam aqui não aparecem faziam tempo. Esse conceito foi um pouco recuperado na Fase Panini, mas ainda passa longe de ser como na época da Abril. Enquanto isso, personagens como Magali e Cascão foram ganhando vilões próprios e super poderosos.
Então Cebolinha #500 é também uma homenagem a esses personagens e a todo um estilo de histórias do protagonista que foi pouco a pouco sendo deixado de lado, embora seja até hoje muito interessante. A história em si é muito divertida e animada, com momentos hilários, especialmente pelas reações impacientes do Capitão Feio conforme tem que se virar pra enfrentar o movimentado passado de aventuras do Cebolinha.
E essa é sim outra ótima sacada. Por causa das das circunstâncias, o arquiinimigo da Turma da Mônica acaba unindo forças com o protagonista e atuando como herói nessa edição comemorativa. E ele não faz feio no novo papel... sem trocadilhos.
No fim é a vez do Cebolinha demonstrar sua faceta de vilãozinho (o que seria da Turma sem a ambiguidade do Cebolinha?) e tentar usar o Lápis Mágico para voltar no tempo e ser o dono da rua derrotando a Mônica, enquanto é perseguido pela própria.
Daí, numa grande sacada da MSP, cada história seguinte é interrompida pela dupla atravessando o portal e invadindo as HQs do Mister B (que espertamente está explicando ao público como funciona o Lápis Mágico), Penadinho, Louco e o Seu Juca.
Passando poro tudo até literalmente o final da edição, o Cebolinha chega à clááássica tira de jornal estrelada por ele próprio nos anos 60 onde a Mônica estreou e, desde então, roubou a cena. Esse final até que é bem previsível, mas vale pela lembrança da importância que o Cebolinha tem na Turma. Homenagem que se intensifica na emotiva página final (tirando o pobre Seu Juca, claro) com a manifestação de carinho dos demais personagens para aquele que se tornou um dos pilares das histórias em quadrinhos no Brasil.
Cebolinha #500 vale muito à pena, especialmente se você for do tipo colecionador ou alguém que realmente acompanha a revista a muitos anos. A edição acaba sendo uma grande brincadeira entre o público, os personagens e artistas da MSP, já que ela quebra a Quarta Parede do início ao fim, no melhor estilo das HQs do mestre Will Eisner, o grande ídolo de Mauricio de Sousa.
A edição é tão especial que foi lançada uma versão alternativa com o mesmo conteúdo, porém com capa especial metalizada e papel couché no miolo (veja abaixo). Feita especialmente para colecionadores mesmo. A revista normal custa R$3,90 e a versão comemorativa R$4,90.
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