Mas não é que “Pateta Repórter” se tornou uma das melhores edições da série de especiais que a Abril vem lançando há algum tempo?
Devo começar esse post fazendo uma pequena confissão: Só comprei esse especial por ele conter a história “O Caso dos Dez Jacarezinhos”, Inspirado no clássico “O Caso dos Dez Negrinhos” da Agatha Christie (leia mais abaixo).
As histórias de Pateta Repórter se passam nos anos 30 e mostram o Pateta como um, adivinhem só, repórter que apesar de “meio” atrapalhado e desligado, sempre acaba desmantelando os planos da quadrilha do Bafo. Como já disse, as histórias se mostraram gratas surpresas: São todas leves, divertidas e fáceis de ler. Como se passam nos anos 30, elas tem todo um clima noir. Claro que sem crimes ou nada do tipo mas o estilo de histórias investigativas está lá.
É raro uma série ter um grupo de personagens coadjuvantes que funcionam tão bem e em Pateta Repórter, isso acontece. Há toda uma gama de personagens que interagem com o protagonista que são tão bem trabalhados que, volta e meia, todos têm seu momento.
Até o grupo de vilões, do Bafo ao Sr. Blackspot (Dono do jornal em que o Pateta trabalha e que é, secretamente, o chefe dos bandidos), passando pelos membros da quadrilha são interessantes e não caem naquele erro de serem vilões genéricos: Cada um tem sua personalidade.
Os roteiros, como já dito são bem construídos e os autores ( Teresa Radice, no roteiro e Stefano Turconi nos desenhos) espalham várias referências a personagens de filmes, eventos históricos e etc. ligadas à época em que as histórias se passam.
Aqui cabe um elogio à edição nacional que traz um guia com algumas essas referências além de uma entrevista com os autores. E preciso citar que há uma nota de curiosidade contando que o Esquálidus, na edição original italiana, não comia caramelos mas sim Naftalinas.
A Editora Abril fez a troca por medo que as pobres criancinhas se envenenassem por aí… Ok, né?
Nos últimos tempos tenho andado com uma dificuldade crônica pra ler por muito tempo. Até por falta de tempo mas tenho que dizer que li Pateta Repórter em 2 dias o que é um recorde recente pra mim. Recomendo fortemente a leitura.
Ps.: As imagens que ilustram o texto acima foram retiradas do blog dos próprios autores que vocês podem acessar aqui ó. Falando específicamente de “Os Dez Jacarezinhos” a história escrita por Teresa Radice e desenhada por Stefano Turconi é ótima.
Pateta Repórter e o Caso dos Dez Jacarezinhos
O Pateta Repórter é convidado pelo misterioso senhor I.G. Noto para passar um fim de Semana na paradisíaca “Ilha do Jacaré”. Lá ele se junta à Clarabela, Minnie (Que era empregada por lá), o Editor Blackspot e mais seis desconhecidos. Completamente isolados eles descobrem que nenhum deles conhece pessoalmente o anfitrião.
As coisas complicam quando um a um os hóspedes começam a desaparecer! O mistério aumenta quando a cada desaparecimento eles notam que uma das Dez Estatuetas de Jacarés que enfeitava a mesa de jantar também some. O que estaria por trás disso?
Jacarés…Negros?
Peraí! Eu já vi essa história antes! Se você pensou no Caso dos Dez Negrinhos, famosa obra de Agatha Christie, acertou. Publicada originalmente na edição 2885 da revista Topolino de Março de 2011,
“Dieci Piccoli Caimani (Dez pequenos Jacarés numa tradução literal)” é
uma homenagem à Agatha Christie.
Várias referências à obra de Agatha Christie estão espalhadas pela história como por exemplo o nome do barco que leva os personagens até a Ilha se chama “And then there were none” que é um dos títulos de o Caso dos Dez Negrinhos nos EUA. Um dos personagens se chama Rogers, exatamente o mesmo nome de um dos personagens do livro.
Além do nome do
misterioso anfitrião I. G. Noto, que é uma brincadeira pra palavra
“desconhecido” em Italiano, o mesmo jogo de palavras do livro. E sem
contar a homenagem máxima no final da história e que obviamente não vou
revelar aqui.
Sobre a história, ela é praticamente a mesma do livro inclusive com um poema próprio. Claro que não tem nenhuma morte mas os “desaparecimentos” foram uma boa saída. Particularmente achei meio besta a motivação do culpado para cometer os “crimes” mas nada que atrapalhe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários e críticas são bem vindos desde que acompanhados do devido bom senso.