A Volta do Battousai.
No período que marcou o final do Bakumatsu, um assassino se destacou por sua perícia e falta de compaixão: Ele ficou conhecido como Hitokiri Battousai (Battousai, o Retalhador). Mas quando o conflito chegou ao fim e a nova Era (Era Meiji) chegou ao Japão, ele desapareceu, tornando-se uma lenda. 10 anos depois nos arredores de Tokyo, um andarilho (Rurouni,em Japonês) surge e se revela o tal do lendário
Lançado no Japão em Agosto de 2012, o filme Rurouni Kenshin (Não! Eu não conheço Samurai X) foi finalmente lançado em Blu-Ray por lá o que possibilita ao resto do Mundo ter acesso a ele (Os Japoneses não tem costume de filmar nos cinemas). A expectativa era enorme pois os trailers passavam a impressão de que ao menos no visual, o filme seria impecável. E não deu outra: Rurouni Kenshin é quase que a transposição do mangá/anime para as telas. Obviamente há algumas mudanças, alterações e coisas do tipo que esperamos de uma adaptação. Mas como uma boa adaptação, Rurouni Kenshin transporta para a tela todo o clima da história original. A história pega o começo do Mangá e organiza em forma de um filme de duas horas conseguindo não deixar nada (ou quase nada) de fora. Mas calma. Como sempre: Vamos por partes:
Como mencionei, o filme é visualmente impecável: Toda a caracterização, fotografia te remetem aos personagens que os fãs conhecem tão bem. Em especial o Takeru Sato (Antes visto como Ryotaro de Kamen Rider Den-O) que está igualzinho ao Kenshin. O ator pegou muito bem os maneirismos do personagem (Oro?).Aliás, aqui cabe um Mea culpa: Apesar de ter crescido assistindo produções japonesas,devo confessar que sempre achei o jeito de atuar dos nipônicos meio canastrão.
Mas aqui em Rurouni Kenshin, a maioria dos atores encarnam muito bem seus personagens: A Kaoru (Emi Takei) que faz o par romântico sem ser aquela melação com o Kenshin, o Yahiko (Taketo Tanaka) que ficou meio jogado pra escanteio também estava bom. O Saito (Yosuke Eguchi) e, claro o Sanosuke (Munetaka Aoki). Aliás esse foi outro que captou perfeitamente o jeito do personagem. A luta dele com o Kenshin e uma outra mais pra frente do filme estão perfeitas.
E por falar em lutas…
Preciso tirar o chapéu, levantar e bater palmas para os coreógrafos das cenas de luta. São todas muito bem executadas. Claro que, por ser algo baseado em Mangá, há alguns exageros, movimentos fantásticos e coisas assim, mas mesmo eles são feitos de uma forma que quase te faz acreditar que o ator/dublê realmente o executou sem “ajudas técnicas”.
O roteiro também é bastante competente tanto pra,como eu já disse, amarrar o roteiro inicial do mangá e condensá-lo em um filme de duas horas de modo que a história não fique chata e arrastada, como pra colocar aqui e ali algumas falas, atitudes que fazem referência a outros acontecimentos da história como a explicação do Kenshin para sua segunda cicatriz.
O ponto fraco está nos vilões. À exceção do Jin-e que ficou sensacional os outros são… qualquer nota. A Começar pelo “chefão” Kanryuu que é bem caricaturado e eu particularmente não gostei. Outro são os vilões genéricos (Em um game seriam os sub-chefes). Quem conhece o mangá sabe que eles estão “fazendo as vezes” da Oniwabanshuu comandada pelo Aoshi mas não tem nem comparação. Talvez não quiseram “gastar” um personagem como o Aoshi tão cedo ou seja lá o motivo que for, mas com certeza faltou peso para os vilões. Sem contar que eu não sabia que já no século 18 os japoneses já descoloriam o cabelo…
E apesar da trilha sonora ser bem competente, eu teria incluído uma ou outra música do anime só como homenagem mesmo. Mas aí é coisa minha. Nada que atrapalhe o filme.
Não chamo filmes como Rurouni Kenshin de “adaptação” e sim de “transposição”. É a prova de que não precisa se mexer muito numa obra pra se levá-la a outra mídia. Os Estadunidenses deveriam aprender com os Japoneses. Se você conhece e gosta de Rurouni Kenshin, assista. Agora se você nunca tinha nem ouvido falar nesse tal de Battousai… assista também. É uma ótima maneira de conhecer e, quem sabe ir atrás do Anime e Mangá. Agora, aproveitando a boa receptividade ($$$) que o filme teve, já me permito sonhar com a continuação com a Saga do Shishio. Sonhar ainda é de graça.
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