quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Climatinê: Batman - O Cavaleiro das Trevas - Parte 2
Segunda e última parte da adaptação animada da obra-prima de Frank Miller.
Após os eventos da primeira parte da trama [veja aqui], o Batman e sua Nova Robin, Carrie Kelly retomaram Gotham City das mãos dos Mutantes. Isso faz com que, envolvido em uma intensa cobertura da mídia, o Coringa volte, planejando uma última investida diabólica.
Enquanto isso, o conflito em Corto Maltese faz com que o Superman se envolva numa catástrofe de proporções mundiais, afetando a todas as pessoas da Terra. Quando a poeira nuclear baixar, só estarão de pé, prontos para um último confronto o Homem de Aço e O Cavaleiro das Trevas.
Essa segunda parte começa de onde a anterior parou e tem as mesmas qualidades e defeitos da anterior. É visualmente fiel, muito bem intencionada, mas carece de sutileza para conseguir retratar toda a ambiguidade proposta por Miller no original. Apesar disso, esse simplificação não impede que uma das maiores histórias em quadrinhos de todos os tempos se transforme num dos melhores longa metragens animados da história recente do DVD.
Em Batman - O Cavaleiro das Trevas - Parte 2 vemos BruceWayne/Batman tentando se equilibrar numa corda bamba. De um lado, ele procura controlar os últimos membros da Gangue Mutante, que se dividiram entre entusiastas do antigo Líder e Seguidores do Morcego, enquanto de outro lado tem que lidar com a presença cada vez mais constante de seu velho amigo (pero no mucho) Clark Kent/Superman/Kal-El, o que representa cada vez mais uma intervenção federal na cidade.
Somado a isso, a substituição do agora aposentado Comissário Gordon pela Comissária Yindel colocou automaticamente o Homem-Morcego como inimigo número 1 de todos os policiais de Gotham. E pra piorar de vez, o herói se vê frente ao retorno de seu arquinimigo: o Coringa.
Aliás, uma das sequências mais cortadas em relação a HQ é participação do Palhaço do Crime no programa de televisão. Ainda assim, a cena da reviravolta do vilão é fabulosa e até hoje permanece como uma baita crítica de Miller ao sensacionalismo da mídia. Uma adaptação inteligente da versão animada é que muitos pensamentos do Batman foram transformados em diálogos, como a clássica "Todas as pessoas que eu matei porque deixei você vivo" que agora ocorre durante a especular batalha final no Túnel do Amor, que ficou bem fiel ao material dos quadrinhos.
A parte final da história envolve todo o processo da participação do Superman na Guerra Fria entre EUA e URSS, o que a torna mais "quente" do que nunca. Após todos estarem a um passo do apocalipse, é justamente Gotham que emerge como a única localidade norte americana sob controle e sem grandes perdas, graças aos esforços de Batman e aos cidadãos que o seguem... algo imperdoável para o governo.
O fantástico duelo definitivo entre o Batman e o Superman também busca ser fiel ao Cavaleiro das Trevas que conhecemos e todos sempre sonhamos em ver, desde a participação do Arqueiro Verde até o diálogo memorável entre Bruce e Clark (dublados por Marcio Seixas e Guilherme Briggs na versão em português). Ainda assim, achei que ficou aquém do trabalho de Miller. Na animação o combate se estende mais e conta até com alguns momentos impressionantes que não aparecem nos quadrinhos, mas na obra clássica o autor foi econômico nas imagens justamente para dar-lhes aquele sabor de épico inigualável.
Frank Miller tem (ou tinha naquela época) um timing incrível, que combinava a ousadia do que estava mostrando com a aridez das palavras finais do Batman ao Superman sobre o mundo real, mais devastadoras que qualquer golpe. Talvez por isso, eu tenha sentido falta da ausência de uma parte do diálogo, que inclusive dava sentido ao local escolhido para a luta: o Beco do Crime, onde os pais do herói foram assassinados.
Claro que apesar de não ser perfeita, essa animação cumpriu com louvor seu principal desafio. Transformou-se na materialização do sonho de muitos fãs de histórias em quadrinhos.
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Um comentário:
De um modo geral gostei da animação... mas algumas ausências me incomodaram...
Principalmente os diálogos que faltam da batalha final.
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