segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Climatinê: Círculo de Fogo por Macgaren


O tokusatsu dos EUA.
(O texto terá alguns spoilers do filme. Mas não se preocupem: eu aviso quando chegar a hora.)

Monstros gigantes saídos da área do Oceano Pacífico conhecido como Círculo de Fogo ( daí o título) começam a atacar a Terra. Para combater esses Kaijus (Feras/Monstros gigantes, em Japonês) a humanidade criam robôs gigantes denominados Jaegers ( Caçadores, em Alemão). Por um tempo os robôs deram resultados até que a frequência dos ataques se tornou maior e diversos Jaegers caem como moscas. Para dar um fim a isso, o General Stacker (Idris Elba) bola um plano audacioso e pra isso precisará contar com uma dupla improvável de pilotos de Jaeger: Um veterano e uma novata.


Se você cresceu nos anos 80 tem uma boa possibilidade de ter acompanhado as diversas séries de Tokusatsu que foram exibidas por aqui então, a possibilidade de você gostar de Círculo de Fogo é enorme.

À primeira vista, o filme pode ser considerado uma… “Inspiração” do anime Neon Genesis Evangelion mas é só começar a assistir que percebemos que apesar de beber bastante na fonte do anime da Gainax, CdF é uma homenagem a todas as obras que já utilizaram do conceito de robô gigantes caindo na porrada com monstros.

Mas como sempre digo: Vamos por partes.


Quero começar falando dos efeitos especiais do filme: E que efeitos, diga-se de passagem. Eu gosto bastante do primeiro filme dos Transformers (do 2º ,”marromêno” e do 3º nem tanto) mas não dá pra negar que as cenas de porradaria entre robôs são mais confusas que tentar entender o que se passa na cabeça dos “responsáveis” pelas histórias da Marvel hoje em dia. Isso não acontece aqui. Todas as lutas são tão bem feitas que sentimos cada soco, chute, raio e tudo o mais que acontece nela. E podem apostar que luta é o que não falta. Aliás nesse quesito temos outra referência às já citadas séries japonesas: A cidade não é poupada. É prédio caindo, objetos variados sendo usados como arma (Inclusive um Navio que vira porrete nas mãos do Gipsy Danger (O Jaeger principal)) , enfim: tudo que podemos encontrar numa boa luta de robô gigante contra o “monstro da semana” .

No mais, o filme é bem desenvolvido. Claro que o roteiro é simples mas ainda assim não há aqueles momentos muito arrastados. Talvez um pouquinho só no segundo terço do filme mas nada que atrapalhe.

Chegou a hora: Vou comentar dois assuntos que podem ser considerados Spoilers. Quem não quiser ler, pule o trecho entre as duas próximas imagens.



Como os Jaegers são enormes, para controlá-los são necessários dois pilotos que acabam partilhando as mentes e memórias para poderem agirem como um só. E aqui residia meu maior temor no filme: Como a dupla principal é formada pelo experiente Raleigh (Charlie Hunnam) e a novata (e bonitinha) Mako (Rinko Kikuchi), temia que caíssem no velho clichê de drama romântico envolvendo os personagens. Mas felizmente Guilhermo Del Toro mostra que dá sim pra fazer um ótimo filme sem apelar para esse lado e a relação entre os personagens fica mais na área da amizade mesmo. Tanto que não existe uma única cena de beijo no filme todo. Seria bom diretores e roteirista de filmes de super-heróis se inspirassem em CdF, assim não teríamos coisas como o romance mal explicado e forçado do filme do Thor, ou sem graça que se torna principal em detrimento da ação como o da Trilogia do Aranha do Raimi e outros infindáveis exemplos.

E preciso citar a cena que, pra mim, foi o ápice da homenagem aos tokusatsu: Quando o Gipsy está levando porrada e, nos último minutos ele usa uma espada e enquanto a Mako fala em japonês, manda o monstro pro espaço. Nesse momento devo admitir que meus olhos quase suaram. Quase pude ouvir as trilhas usadas nas lutas de robôs dos Super Sentais como Changeman e Flashman. Só faltou o monstro explodir (Aliás, fiquei esperando o filme inteiro que algum dos Kaijus fizesse isso).


Mas agora, vamos aos pontos negativos: Não tinham ninguém pior pra colocarem como protagonista não? O personagem é até interessante mas a total falta de expressividade do Charlie Hunnam não permitiu que eu me importasse com ele. Não chega a ser tão ruim quanto o do Sharknado mas chega muito perto. Até a japonesinha que faz a Mako criança é melhor atriz que ele.

Também senti falta de explorarem os outros Jaegers mostrados no filme. A participação deles, de forma geral, é muito pequena. Claro que há clichês e até furos mas nada que atrapalhe muito.

 
Também merece destaque a trilha sonora e principalmente o som do filme. Se seu cinema tiver um bom equipamento de reprodução de som, você verá (ou ouvirá) que as lutas não se resumem só aos efeitos visuais mas que o barulho da pancadaria é igualmente fenomenal. Mudando de acordo com o terreno no qual o quebra pau se desenrola.

Assim que saí do cinema, eu comentei que desde Vingadores não saía tão extasiado de um filme e é verdade. Talvez pelo fato de eu ser nostálgico até os ossos tenha gostado tanto de Círculo de Fogo e digo, se você quer se divertir e vibrar, vá ver Círculo de Fogo. E se você for daqueles chatos que gostam de reclamar, leve sua criança interior pra assistir. Quem sabe ela te lembre de como é bom se divertir com um filme sem preocupações.



Depois de 20 anos tentando, finalmente os EUA conseguiram fazer um Tokusatsu que vale a pena.

3 comentários:

Renver disse...

Li duas vezes a mesma resenha, mas isso ´so aumenta minha vontade de ver o filme.

Anônimo disse...

Leu DUAS vezes a mesma resenha ?

E com isso bateu o recorde de acessos num único post desse site/blog...

Anônimo disse...

Vou assistir, mas depois que a poeira abaixar, destesto pessoas....

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