quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Climatinê: 007 Contra Spectre

por
Corto de Malta

"Eu reconheceria você em qualquer lugar"

SPOILERS ABAIXO

James Bond (Daniel Craig) vai à Cidade do México com a tarefa de eliminar Marco Sciarra (Alessandro Cremona), sem que seu chefe M (Ralph Fiennes), tenha conhecimento. Isto faz com que Bond seja suspenso temporariamente de suas atividades e que Q (Ben Winshaw) instale em seu sangue um localizador, que permite que o governo britânico saiba sempre em que parte do planeta ele está. Apesar disto, Bond conta a com a ajuda de seus colegas na organização para que possa prosseguir em sua investigação pessoal sobre a misteriosa organização chamada SPECTRE, que tinha entre seus membros todos os vilões das três missões anteriores de 007 e cujo líder é alguém que ele conheceu muito bem no passado.




 
 Em 007 Contra Spectre, Sam Mendes retorna ao personagem que dirigiu em Operação Skyfall e amarra todas as tramas que surgiram desde o reboot nos filmes anteriores, Casino Royale e Quantum of Solace, chegando a um ponto culminante do que pode ser considerada a melhor fase de James Bond no Cinema.

Os filmes estrelados pro Daniel Craig dão uma roupagem pós-moderna às histórias de Ian Fleming, ao mesmo tempo em que se inspiram na mitologia original da cinessérie, quando esta era protagonizada por Sean Connery, e uma vez por George Lazenby, e ainda mantém um pé na fase lúdica dos filmes de Roger Moore (que o diga a cena do sofá na abertura).



Este parecia ser o desejo dos produtores desde que decidiram reiniciar a franquia do zero ao substituírem Pierce Brosnan, mas foi Mendes quem realmente tocou o barco na direção desejada. 007 Contra Spectre é um deleite pros fãs tanto da fase atual quanto de todo o histórico do perosnagem, mas é principalmente um ótimo filme, que pode não entregar nenhuma solução de roteiro particularmente brilhante, mas é feliz em todas as suas decisões criativas, inclusive no duelo final em Londres. 

E sim, as cenas de ação são bem elaboradas pelo diretor e sim, o roteiro continua flertando descaradamente com a Trilogia Batman de Christopher Nolan, mas diferente da trilogia solo do Homem de Ferro, por exemplo, isso gera um resultado positivo, pois o equlíbrio alcançado agrada a fãs antigos, novos e também ao espectador de ocasião.



Além de Bond, os dois personagens mais importantes da trama são Madeleine Swann (Léa Seydoux) e Franz Oberhauser (Christoph Waltz). A primeira, filha do vilão Mr. White (Jesper Christensen) é claramente uma adaptação da personagem Tracy Draco, vivida pro Diana Rigg, grande amor do protagonista na antiga cronologia, que também era filha de um criminoso que se envolvia com o agente e o balançava a ponto de fazê-lo querer mudar de vida.

O segundo é uma versão revisionista do arquiinimigo de 007, Ernst Stavro Blofeld, o líder da temida organização SPECTRE, que ameaça a Inglaterra e o mundo através de um modelo de espionagem e vigilância, o que no passado poderia ser uma das ideias extravagantes dos filmes do agente secreto, mas hoje tem uma perturbadora correlação com a realidade.









Clique aqui e veja outras referências que o longa metragem faz a a cenas e conceitos de seus antecessores.


De todas coisas novas propostas por Mendes ao personagem e sua mitologia nenhuma, porém, é mais forte do que transformar Bond e Blofeld em irmãos de criação. Algo arriscado e que de fato não faria a menor diferença em toda a trama principal, mas que realmente consegue traçar um paralelo que humaniza o vilão e principalmente o herói satisfatoriamente, dando ao público um ponto de vista até então inédito em todos os longa metragens do espião mais famoso do mundo.

  Além de uma belíssima homenagem a uma das mais cultuadas franquias do Cinema, 007 Contra SPECTRE apresenta a história de dois homens que partiram de um mesmo lugar para direções completamente diferentes, e como o reencontro entre eles num ponto tão próximo do caminho os tornava tão parecidos, que fez um deles refletir e se afastar desse caminho no clímax da história, aonde James Bond uma vez mais faz algo que jamais fez em nenhum dos filmes anteriores.

- Você não conhece o canto de nenhum outro pássaro, Franz?
- Não James... Franz Oberhauser morreu há mais de vinte anos com o pai. O homem para quem você está olhando é Ernst Stavro Blofeld.




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