sábado, 6 de junho de 2015

Climatinê: Vingadores - Era de Ultron

por
Corto de Malta

Os Maiores Heróis da Terra estão de volta ao Cinema em uma aventura que questiona os limites do grupo... mas talvez nem tanto.


Usando a tecnologia que restou do ataque dos Chitauris a Nova York no primeiro filme, Tony Stark (Robert Downey Jr.) convence Bruce Banner (Mark Ruffalo) a juntos criarem um avançado sistema de inteligência artificial para ser o guardião da Humanidade contra futuras ameaças à Terra. O problema acontece quando a inteligência artificial batizada de Ultron (James Spader) sai do controle e decide que os humanos são a maior ameaça ao planeta, devendo, portanto serem destruídos.


Ele alia-se a dois jovens geneticamente modificados pela Hidra, Wanda e Pietro Maximoff (Elizabeth Olsen e Aaron Taylor-Johnson), que odeiam Stark pelas armas que fabricou terem matado sua família, o vilão consegue fazer um estrago na equipe com ajuda dos poderes de Wanda. Cabe ao Capitão América (Chris Evans) reorganizar Hulk, Homem de Ferro, Thor (Chris Hemsworth), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e Viúva Negra (Scarlett Johanson), para juntos a um novo e poderoso aliado - que na verdade é um velho amigo repaginado - se superarem e deterem as ambições de Ultron de exterminar a raça humana.


Costuma-se dizer que é muito mais difícil criar do que desfazer, construir do que destruir. Sob este aspecto, em Vingadores: Era de Ultron os heróis da Marvel são confrontados com a inevitabilidade de seus super poderes: o dom de criar e suas consequências.

Wanda e Pietro são indiretamente criados por Stark e seus velhos erros - vender armas que financiam guerras - Ultron é fruto da ambição e vaidade de Stark e Banner - camuflada por boas intenções - e até mesmo o etéreo Visão (Paul Bettany) é o resultado de uma combinação de esforços de todos os personagens, heróis, vilões e vira casacas ocasionais.


Essa é a grande temática de um baita filme de ação, que entremeia momentos de tensão, diálogos afiados, reviravoltas e muitas cenas de luta plasticamente deslumbrantes. O que me incomoda é o seguinte: esse novo Vingadores acentua cada vez mais a sensação que os demais filmes do Marvel Studios tme transmitido faz tempo: que eles não são filmes em si, e sim episódios de uma grande série feita para o Cinema.

As excessivas cenas pós-créditos não negam esta verdade, sobretudo a deste filme, que soa repetitiva e com baixo impacto comparada às anteriores. Sim, sabemos que os Vingadores enfrentarão Thanos (Josh Brolin) no Cinema em algum momento. Porém, já sabíamos disso. E daí?

No "capítulo de hoje" o foco maior foram os gêmeos Maximoff, o Gavião Arqueiro (que tem as melhores falas da produção), e a relação entre a Viúva Negra e Banner, ou seja, todos os membros da equipe que não contam com filmes solo onde podem se desenvolver suas próprias tramas particulares. Logicamente é algo que funciona, mas que faz a obra perder impacto.

Vale lembrar que no primeiro filme Joss Whedon esquematizou uma trama mais leve, mas que lhe deu espaço para desenvolver com êxito todos os personagens importantes. Aqui isso não ocorre, primeiro por um inchaço no elenco e segundo pela intenção de dar peso à história, no que nem sempre é tão bem sucedido.

Como parte do grande "seriado" da Marvel nas telonas esse segundo longa metragem dos Vingadores fica prejudicado por ter saído depois de Capitão América 2 - O Soldado Invernal. O filme solo de Steve Rogers guarda alguns temas semelhantes com a Era de Ultron, como o fato de que tanto o Soldado Invernal quanto Wanda e Pietro tem suas origens ligadas a experimentos sujos de guerra da Hidra, além de os dois filmes mostrarem criticamente o perigo que representa a exploração do poder bélico pelos norte americanos.



A diferença é que no longa metragem dos Irmãos Russo (que, coincidência ou não, dirigirão o próximo Vingadores), tudo é bem mais aprofundado, enquanto Whedon apresenta uma obra mais rasa. O ódio dos gêmeos por Stark, por exemplo, some conforme descobrem-se os planos apocalípticos de Ultron.

Do mesmo modo os Vingadores realizam diversas missões em lugares como a África do Sul e o Leste Europeu que resultam em devastação, sem que muito pouco ou nada se questione sobre o papel de uma força tarefa de super seres, alicerçada por uma super agência dos EUA que já se mostrou corrupta, que pratica livremente o intervencionismo mundo afora.

 Outra coisa que soa estranha é como Banner consegue ser persuadido por Stark duas vezes (!) durante a história com a desculpa de criar uma arma para deter outras. Fiquei me perguntando pra quê ele perdeu tanto tempo então fugindo do General Ross. Sim, porque o filme O Incrível Hulk, estrelado por Edward Norton, também faz parte da cronologia do Marvel Studios e mostrava o mesmo personagem, interpretado agora por Mark Ruffalo, fazendo de tudo para evitar o que em A Era de Ultron ele é convencido a realizar com as próprias mãos em duas oportunidades.



No entanto, o filme acaba ganhando força no duelo conceitual entre o Visão - literalmente o personagem mais bem construído da trama - e o megalomaníaco Ultron - um trabalho estupendo de James Spader, utilizando sua voz e captação de imagens.

Diferente do sensível e existencialista Visão, Ultron, em sua visão nua e crua da Humanidade, é genial também por representar uma versão ainda mais egocêntrica de seu "pai", Tony Stark. O vilão é exatamente aquilo que o Homem de Ferro seria sem as "amarras" morais ou moralistas que o tornaram um herói, o que revela de um jeito sutil a ameaça que Stark representa e representará para seus amigos num futuro próximo, ou melhor, no "próximo capítulo", Capitão América 3 - Guerra Civil.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu vou fazer de tudo pra essa merda de blog acabar.

Anônimo disse...

que merda de site,prefiro mdm

Renver disse...

Bom post

Mas eu adorei esse filme...

tá no meu top dos melhores

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