segunda-feira, 10 de março de 2014

Climatinê: Robocop

por
Renver

Um controverso remake, um estúdio a beira da falência, um diretor brasileiro em ascensão e uma franquia desgastada. O que esperar da junção de todos esses fatores?


Primariamente vamos deixar uma coisa clara, da franquia anterior só o primeiro filme salva... ok


O segundo filme é ruim, tem alguns relances de criatividade mas é ruim e arrastado, olha que defasado essa luta (se quiser colocar nos 2:20):

Tá certo que se essa luta fosse refeita hoje ia ficar bacana (afinal era 1990)...


O terceiro é um lixo com direito a jetpack!!!!

E claro se você achou o stop motion do 2 ruim o que dirá disso (ponha nos 4:17) e assista até o seus olhos sangrarem!!!!




Uma franquia desgastada sem contar os desenhos medíocres, as séries live action (vá no link por sua conta e risco). Pra não dizer que é tudo ruim algumas HQs são medianas - pelo menos as que eu li ou tentei ler - Sinceramente achei Terminador vs Robocop bem medíocre... Mas é melhor do que tudo que já foi mencionado (inclusive é alardeada como a seria continuação do Robocop 1 ou do 2 pelas mãos do Frank Miller)...


Sem mencionar a franquia de jogos (poucos são memoráveis), um dos últimos foi uma desgraça pro PS2, puxa dava pra fazer um excelente FPS com essa franquia, não essa poluição visual desgraçada!!!



Agora vamos ao que interessa, o primeiro filme é um clássico absoluto e inesperado, cheio de violência (mas justificada dentro da trama) com uma crítica social irônica absurda... As pessoas jogam tipo um War em realidade virtual, baseado na chantagem atômica, numa boa!!!! hauahauhauahau


Mas esse novo filme tem uma nova abordagem, a consciência humana versus a máquina e se você compra essa abordagem, o filme deveras se torna interessante.


A violência exacerbada não existe aqui e sinceramente (pra mim) não faz falta... Embora essa cena do Robocop 1 seja icônica, exagerada e traumática pra quem viu isso numa época que a Sessão Da Tarde não era tão coxinha!!!!!




Máquinas podem fazer o serviço de homens em tarefas que exijam bom senso e livre arbítrio? 

Assim o filme começa com uma grande corporação, apoiada por uma mídia sensacionalista, usando Drones no exterior pra conter a ameaça terrorista e garantir (sem o custo de vidas militares) a ocupação americana na conturbada região do oriente médio. Só que dentro dos EUA existe uma lei que inviabiliza o uso de robôs pra garantir a segurança do próprio país. 


A premissa avança devagar (sim o começo é justificavelmente? arrastado) onde um policial ferido torna-se a ponte entre as máquinas e o homem, para que o público e senado americano dividido apoiem o uso de robôs dentro do seu próprio território...

Aqui não temos uma Detroit hiper violenta, uma força policial privatizada, jornais televisivos intercalando notícias sensacionalistas e bizarras. Mas temos um mundo civilizado e moderno que urge por manter seu status quo, uma nação estadunidense que se julga a polícia do mundo revistando e prendendo em outras soberanias aqueles que eles julgam ameaças! Sim se nos anos 80 tínhamos uma crise de violência urbana nos EUA hoje temos uma crise internacional de desconfiança e medo entre o Tio Sam e o mundo. Hoje sabemos que os EUA usam Drones pra vistoriar e executar inimigos no exterior (inclusive tem um podcast do Fronteiras da Ciência que aborda também esse assunto, em baixo estará o link)

Só que o filme tem outras facetas... e a mais interessante delas é da máquina sobrepujando a consciência humana, e o posterior renascimento da consciência. O Ropocop aqui nasce já sabendo de todo seu passado, mas o seu criador resolve sobrepujar essa humanidade em prol de uma maior eficiência. 

A família tem destaque maior nesse filme, como já alardeado nas inúmeras resenhas... esposa de Alex Murphy (Robocop) principalmente. Tem umas partes que pelo menos pra mim me deixaram entre o chocado e o perplexo. Não é um filme extremamente cabeça, mas as partes filosóficas compensam a ausência da violência descabida do primeiro filme (que a mim não caberia nessa nova abordagem, nem mesmo nas cenas de ação).




Pontos fracos: 

- Achei as cenas de tiroteio legais, mas nada mais que isso (uma ou outra são bem legais mesmo), não pela ausência de sangue, mas sim que cenas de tiroteio raramente me empolgam. Numa época de Vingadores e Homem de Aço, cenas de tiro são tão nhéeeeee.

- Faltou uma trilha sonora marcante.



- Pequenos spoilers (leiam por sua conta e risco): O que é aquela munição infinita da metralhadora do Robocop?! hauahuahau Sei lá quem sabe numa continuação expliquem isso. Vão fazer um upload de todas as ocorrências no mainframe do Robocop no mesmo dia (algumas horas antes) da apresentação dele pro público...garoteou eim roteirista!!!.  E logo depois que a lei anti robô foi revogada já estavam suando Drones pra proteger a OCP numa boa?! (ou já tinha passado algum intervalo de tempo?)

Fim dos spoilers




É isso pessoal eu pessoalmente gostei muito, vão com a mente aberta, o começo é um pouco arrastado, o ator principal fez um Alex Murphy mediano (não que o de 87 seja tão carismático enquanto "humano" quanto memória afetiva de alguns podcasters alegam) e um Robocop excelente. Gary Oldman está muito bem no papel. O restante do elenco tá bacana. E sinceramente em vista dos fatores que eu mencionei no cabeçalho do post e da pressão dos produtores em cima do Padilha (o diretor), o resultado foi muito satisfatório. Ansioso pro uma continuação onde quem sabe apareça inimigo físico do porte dele sem stop motion!!! 

O público em geral está meio dividido com o filme, embora eu percebo que há um grupo maior dos que gostaram dos que não gostaram. Sites como Adoro Cinema tem uma boa parcela do seu público com comentários positivos sobre o filme. E até o frequentadores do MDM estão falando bem do filme (na sua maioria). Vou deixar uns links aqui:


Sessão de links:






É isso pessoal até a próxima e obrigado pela visita.


Um comentário:

JJota disse...

Ah, Renver. O 2 até que é legal, ficou pior porque o pessoal mexeu demais no roteiro do Frank. Agora, o 3... Olha, eu nunca consegui assistir. É como Jonah Hex: eu começo e aí durmo, ou fico com fome, ou o telefone toca ou eu arrumo outra desculpa...

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