sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Climatinê: Um Time Show de Bola por Corto

por
Corto de Malta

Uma fábula animada sobre o mais encantador dos esportes: o Futebol.


Quando criança Amadeo era aficcionado por jogar Totó (também conhecido como Pebolim ou Futebol de Mesa entre outros nomes) na cidadezinha onde cresceu. Graças a Capi e aos demais jogadores de madeira da mesa ele realizou a proeza de derrotar Ezekiel, o melhor jogador de futebol das redondezas.


Em seguida Ezekiel aceita a proposta de um empresário inescrupuloso e anos depois se torna um mega astro do futebol de campo... mas sem jamais conseguir esquecer a derrota para Amadeo. Ele então retorna a sua cidade disposto a destrui-la, conquistar a pretendente de Amadeo, Laura, e se vingar dele. Para ajudar o herói seus velhos amigos da mesa de totó ganham vida.

Juan José Campanella é um dos meus cineastas favoritos e aqui, após sua consagração com O Segredo dos Seus Olhos, ele ousou sair da sua zona de conforto e decidiu criar um longa metragem animado sobre futebol... tema o qual ele já revelava interesse no filme anterior. Talvez por isso, por estar numa área onde seu autor não tenha tanta intimidade Um Time Show de Bola (Metegol no original) é recheado de clichês. 


É praticamente a mesma premissa do Toy Story misturado com o velho chavão do Bem Contra o Mal. Chega a ser meio ridículo Ezekiel ter o dobro do tamanho de Amadeo e Laura, por exemplo, só pra explicitar o quanto a batalha do protagonista é algo como Davi contra Golias. No entanto, esse maniqueísmo não chega a tornar o contexto negativo, visto que o público alvo é infantil.

É com as sequências envolvendo os bonecos que Campanella aplica suas maiores reservas de criatividade e seu arsenal de gags cômicas, algumas delas envolvendo o universo do futebol de forma bem oportuna. (a piada do sinal-da-cruz é hilária). Apesar de tudo isso, e aí está grande sacada, esse não é só um filme sobre os bonecos. Como toda obra do cineasta essa é uma história sobre Humanidade.


Daí entra o Terceiro Ato onde efetivamente ocorre a partida de futebol e onde conhecemos os verdadeiros heróis da película: Amadeo e o povo da cidade... que, deliberadamente ou não, são tão ou mais caricaturais que os bonecos.... mas ainda assim muito humanos.

Valendo-se de todos os clichês que você já viu em produções Disney/Pixar semelhantes, Um Time Show de Bola ambienta o mesmo modelo de roteiro para um universo que é muito familiar a todos nós por aqui e nisso está o seu maior mérito.

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