sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Top Max: 14,5 Melhores Tokusatsus Exibidos no Brasil - Jiraiya - O Incrível Ninja - Volume 5

por
Corto de Malta

5 de 5.

Dell-Star e Jiraiya se enfrentam e o herói mata o robô psicopata com a Espada Olímpica. Mas tudo era um sonho... de Dell-Star. Apesar do personagem aparentemente ter um único tom - o ódio - sutilmente a série aposta mais uma vez na humanização - afinal, o ódio também é um sentimento humano. Assim, descobrimos que o vilão também teme a Espada Olímpica e que ele próprio tinha uma arma que rivalizava com ela, a Espada Satã, que lhe foi tomada pelo antepassado de Toha quando o prendeu na caverna.



Enquanto isso, Beni Lagarto visita uma vila antiga cujos habitantes foram retirados para que fosse inundada e uma barragem construída por lá. Corria a notícia de que no lugar sentia-se uma grande sensação de pesar. Numa das casas vazias o Colecionador de Espadas é atraído por algo e descobre a Espada Satã oculta atrás de uma parede. A Espada parece chamar por ele. Ao longe Dell-Star também nota que ela reapareceu.

Nesse instante, no Dojo da Família Yamaji, a Espada Olímpica começa a se mover sozinha deixando todos espantados. Tetsuzan percebe que por ser uma espada que veio de distante universo ela era um SER VIVO (!) e tentava alertá-los para algum perigo e manda Jiraiya e Reiha a seguirem. É muito tosco ele "conversando" com a espada dentro do Black Storm e ela se movendo indicando a direção como um GPS. Um dos Corvos ouve tudo e os Feiticeiros também decidem ir atrás, liderados por Morgana.


A Espada Satã, que também está viva, hipnotiza Beni Lagarto e o faz acreditar que Jiraiya quer tomá-la dele. O Colecionador de Espadas intercepta o Black Storm e ataca Toha, mas ele se recusa a enfrentar o amigo. Beni Lagarto então se afasta, quando a Espada Olímpica praticamente pula da mão herói arrastando-o até a Espada Satã. Numa cena antológica as duas Espadas abandonam seus portadores e flutuam no ar, lutando sozinhas! A rivalidade entre Jiraiya e Dell-Star é tamanha que até as Espadas deles se odeiam!


Satã consegue derrubar Olímpica e ataca o herói, que consegue se desviar e pegar sua Espada fazendo com que a rival volte para a bainha de Beni Lagarto. Toha tenta alertá-lo que foi enfeitiçado, mas ele sai de lá correndo, enquanto Dell-Star se aproxima. Nisso, o Colecionador de Espadas é preso pela teia de aranha de Morgana. Porém, portando a Espada Satã, Beni Lagarto derrota a ela, Benikiba, Retsuga e os Corvos. Jiraiya o alcança e eles acabam lutando também. No meio do combate o corpo sem cabeça de Dell Star salta entre ele e ataca Toha de surpresa. Reiha corre pra protegê-lo.


Em outra cena marcante, a cabeça de Dell-Star enfrenta o herói e Reiha, enquanto o corpo luta contra Beni Lagarto. Utilizando Satã, o Colecionador de Espadas destrói a espada que o robô psicopata estava usando, mas não consegue feri-lo. A cabeça então se volta contra ele e o atinge com um raio, fazendo-o largar a sua Espada. Dell-Star assim pega Satã e une seu corpo, mas Beni Lagarto tenta pegá-la de volta. O vilão se livra dele e parte pra cima de Jiraiya e Reiha, mas Beni Lagarto ainda volta pro combate. Quando o robô psicopata vai atingi-lo Toha se joga na frente pra proteger o amigo.


Reiha também intervém e Dell-Star decide não enfrentar os três ao mesmo tempo. Só que Beni Lagarto parte atrás dele desesperado e o encontra na beira de um rio. Dessa vez o robô psicopata fere gravemente o Colecionador de Espadas no braço e avisa que não mata ninguém de uma vez, mas faz seus inimigos sofrerem antes. Ele deixa o local e o herói e Rei vem correndo ajudar Beni Lagarto, que voltou ao normal e se sente envergonhado por ter exposto Jiraiya ao perigo por sua ganância pelas espadas, mas Toha enquanto trata seu ferimento lhe diz que o que importava era a amizade entre eles.


Feliz por isso, o Colecionador de Espadas se despede. Noutro lugar a Espada Olímpica guia o herói até onde estão Dell-Star e a Espada Satã. Os dois se enfrentam mas a poderosa descarga de energia liberada pelo choque das Espadas causa uma explosão e uma espécie de tempestade no céu. Quando tudo volta ao normal, Jiraiya vê que o vilão e sua espada partiram. Ele então pega a Olímpica e diz:

"Dell-Star, com certeza um dia vou acabar com você. Tenho a Espada Olímpica, uma amigo que não se troca por nada nesse mundo."

A essa altura, além de conseguirem trazer o seriado de volta aos trilhos os roteiristas também retomaram os seus temas principais. Beni Lagarto terminou sem obter nenhuma espada, mas conquistou algo muito mais valioso com a amizade de Toha. E em nenhuma outra série tokusatsu exibida aqui se estreitou tanto a relação entre o herói o sua espada quanto com Jiraiya e a Espada Olímpica. Como eu disse antes, nem sempre família é aquela que é de sangue. E isso inclui os amigos. Por isso, na minha opinião, um dos principais - senão o principal - tema da série era A Amizade.


E por falar em família, o episódio 42 é um dos mais comoventes da série e nos explica um pouco a razão da personalidade rebelde do Manabu. Mais do que isso: através dele finalmente compreendemos melhor a complicada relação que havia no passado entre Tetsuzan e Dokusai e porque, de grandes companheiros, os dois se tornaram inimigos mortais.

No aniversário da morte de Sanai, a mulher de Tetsuzan, ele presenteia o filho caçula com uma fotografia da família com ele bebê nos braços da mãe, pouco tempo antes dela morrer. O pobre garoto fica transtornado pois nunca tinha visto nenhuma foto dela, enquanto os irmãos tinham várias lembranças. Ele sai correndo na rua com os dois atrás e os três acabam salvando uma mulher de ser atropelada por um trem. Quando vão olhar... descobrem que é a mãe deles!


Tetsuzan fica pasmo quando eles a trazem desacordada, mas garante que a mãe deles morreu num acidente anos atrás. Na verdade ela não era Sanai, era Akiko, uma ninja de baixa categoria que Gyuma infiltrou como espiã na casa dos Yamaji para encontrar Pako aproveitando-se de sua grande semelhança com a mãe de Manabu. Não é explicado como Gyuma sobreviveu após ser dado com o morto no episódio 13 e parece que a esssa altura quando precisavam trazer um ninja de volta eles desistiram de explicar como isso ocorria.

Ao mesmo tempo em que fica ouvindo atrás das portas para tentar saber mais sobre o segredo de Pako, Akiko logo conquista os Yamaji, que não demoram a considerarem-na parte da família. Enquanto isso, Morgana está tendo um ataque com Dokusai pela demora em localizar o Tesouro do Século - com Benikiba lamentando o papel ridículo do pai - e ele decide atacar Tetsuzan num dia em que a família está visitando um festival tradicional. Porém, quando vê o rosto de Akiko o chefe dos Feiticeiros fica louco e manda os outros atrás dela enquanto luta contra Tetsuzan.


Akiko procura Gyuma, que ignora seus pedidos de socorro. Jiraiya logo aparece e afugenta os vilões, mas a espiã se sente mal ao ver que Tetsuzan foi ferido no braço pela Espada de Dokusai. Pior ainda ela fica ao ouvir outra conversa. O Velho reúne os filhos e lhes revela mais um segredo: Sanai não morreu num acidente. Anos atrás Dokusai se apaixonou por ela e, obcecado, foi expulso da Casa dos Togakure. Foi aí que levou metade da Inscrição consigo após enfrentar Tetsuzan. Assim que montou a Família de Feiticeiros ele retornou pra uma revanche no Dojo e um de seus Shurikens atirados contra seu ex-amigo antigiu Akiko, enquanto ela carregava Manabu nos braços, implorando ao marido que cuidasse de seus três filhos.

Ele, Kei e Toha ficam indignados por seu pai ter mentido, mas ele lhes explica que fez isso por Jiraiya, pois  sabia que um dia já teria que ser forçado a contar que por causa de Pako seus pais biológicos morreram e não queria que ele soubesse que sua mãe adotiva teve o mesmo destino. Manabu promete então proteger Akiko como se fosse sua mãe e ela, muito emocionada, aparece e conta a verdade aos prantos. Todos ficam chocados por ela ser uma espiã e não a impedem de partir.


Só que o Pequeno Ninja vai atrás dela, a encontra sendo atacada por Gyuma e destemidamente o enfrenta. O herói chega nesse momento e, ao ver seu irmão em apuros, já chega enfiando a porrada no vilão. Jiraiya - bem mais forte do que no último encontro - consegue derrotar a arte ninja de Gyuma e atinge o vilão com um Golpe Frontal quando ele dá um salto mortal no ar para tentar atingi-lo e depois que aterrissa ataca novamente com um Golpe Lateral, eliminando-o de vez.

Enquanto a Família Yamaji se despede de Akiko, Manabu se revolta pelo Tesouro do Século ter trazido tantas desgraças pra todos, mas ela vê pelo lado positivo: graças a Pako ela pôde se encontrar com ele. Akiko vira e vai embora, com Manabu chorando abraçado ao irmão e a chamando de mãe. No episódio 43 mantém o nível com uma história simples e direta, mas muito envolvente, onde surge o último grande antagonista do seriado. Nela um estranho encapuzado aparece atacando um grupo de meninos. O irmão de Toha percebe que ele é um ninja e se apresenta para lutar com ele e proteger seus amigos. Ao ouvir o sobrenome Yamaji dito pelo menino o encapuzado imediatamente captura o garoto e o leva até o Dojo.


Seu nome é Shakunin Strover. Sem perda de tempo ele ataca Jiraiya. Tetsuzan tenta se colocar para enfrentá-lo, mas Strover atinge o herói diretamente nos olhos com um raio de luz, deixando-o cego. O Velho manda Reiha tirá-lo de lá enquanto detém Strover, que quer se vingar dele a qualquer custo matando seu filho. Anos atrás o vilão desafiou Tetsuzan para se tornar o maior ninja de todos, cegou-o da mesma forma que fez com Jiraiya, só que mesmo assim Tetsuzan conseguiu atingi-lo e lhe arrancou o braço, fazendo com que ele tivesse que pôr um membro artificial.

Pelo rádio o Velho manda Rei levar Toha para uma montanha e colher um lírio vermelho que teria o remédio para os olhos dele. E avisa a seu filho que para vencer Strover ele deveria deixar seu corpo inteiro ligado como quando lutou contra Yajiro usando uma venda nos olhos no capítulo 27. Inteirados do que está havendo os Feiticeiros decidem dar uma forcinha pra Strover e Benikiba lhe passa um bilhete anônimo com a localização do herói.


Na montanha, uma garotinha espreita Toha enquanto Rei cuida dele. O carinho que ela demonstra por ele, a ligação única entre os dois e tudo o que já passaram desde o começo da série por várias vezes sugerem que Toha e Rei sentem mais do que amizade um pelo outro. Quando eles encontram o lírio vermelho, Strover os encontra. Reiha manda Jiraiya fugir, mas ele não quer deixá-la sozinha. Agora bizarro mesmo é ver os dois vestindo seus trajes ninjas num piscar de olhos, no entanto a essa altura o público já estava condicionado a aceitar esse absurdo como algo normal pros ninjas. Strover a fere gravemente e vai matar o herói indefeso, mas antes de desmaiar ela grita para ele pular do rochedo pra não ser morto e o protagonista se atira num rio desaparecendo nas águas ante o olhar de Tetsuzan, Kei e Manabu que vinham chegando.


O Velho manda seus filhos levarem Rei a um hospital e vai atrás de Strover e Toha. Este, por sua vez, é encontrado e tratado numa caverna pela garota que o espionava. O nome dela era Mayuko e vivia nas montanhas quase que totalmente sozinha. Ela cuida de Jiraiya porque ele lhe faz lembrar seu cachorrinho que tinha morrido. Isso parece ridículo, mas a narrativa realmente explora de forma sensível a relação da garotinha com o herói, que nunca se sentiu tão vulnerável quanto nesse momento.

Tetsuzan cai numa cilada dos Feiticeiros que querem atrasá-lo e fica preso em um buraco. Já Benikiba delata outra vez a localização de Toha com outra carta anônima pra Strover. Jiraiya está na caverna esperando Mayuko voltar com o lírio vermelho quando é surpreendido pelo inimigo, que o ataca implacavelmente. Acho que de todos os vilões que surgiram Strover tem o mérito de ser o mais objetivo. Não só sua força, mas essa sua impulsividade e agressividade é que devem tê-lo tornado temido entre os outros ninjas do império.


O herói o enfrenta, enquanto Mayuko chega, seguida por Tetsuzan, que intimamente pede ao filho para que anule o sentimento em combate. É o que o protagonista faz, baixando a guarda e, enfim, consegue então sentir quando Strover vem para cima com um poderoso ataque e... corta o braço dele outra vez! Como eu já falei, eu sempre penso bobagem nessas horas e só queria saber se ele cortou o braço artificial ou se cortou o outro e deixou o cara sem nenhum braço!

De fato, isso acaba não importando porque no ataque seguinte Jiraiya mata Strover com um Golpe Frontal da Espada Olímpica. Por sinal, poucos vilões terminaram tão humilhados, afinal o cara foi derrotado duas vezes por dois cegos e teve duas vezes o braço decepado. No episódio 44, o Homem Míssil traz ao Japão sua filha adotiva Tao - ela é a garotinha que ele resgatou em meio a Guerra do Vietnã no flashback mostrado no capítulo 14 - para uma apresentação de dança e aproveita para visitar o Dojo. Mas os Feiticeiros se aproveitam e sequestram a moça para forçá-lo a usar seus misseis e destruir o Deus Jiray.


Eles a penduram numa jaula, e a erguem com um guindaste sobre um mar de fogo. O veterano do Vietnã não tem escolha e ataca Toha, fazendo com que Deus Jiray desperte de dentro da terra para socorrê-lo. O Homem Missil então é obrigado a atacá-lo. Jiraiya se funde a ele, mas os Feiticeiros acham que realmente o gigante foi vencido e Dokusai trai o veterano do Vietnã, mandando os Corvos soltarem Tao no fogo, enquanto Benikiba e Retsuga vão dar o golpe final.  Mas Deus Jiray ainda estava vivo e derruba a dupla de vilões facilmente, sai correndo e agarra no ar a jaula de Tao. Provavelmente essa é visualmente a melhor cena envolvendo o Deus Jiray.


A seguir o herói se separa dele e vai encarar os Feiticeiros, quando é vítima da Magia Negra Mariposa, o novo ataque de Benikiba. Mas consegue se safar atingindo-a com força de longe com outro ataque novo da Espada Olímpica, o Golpe Solar. No entanto Dokusai o derruba, mas o Homem Missil chega atirando seus misseis e os vilões fogem mais uma vez. A cena final é uma das mais toscas que eu já vi. O Homem Missil joga sua arma fora, porém Toha e Tao o convencem de que a arma é muito importante para ele, que ele a usa para o bem, para defender a paz etc. etc. Caraca, é A PORRA DE UM LANÇA-MÍSSEIS!


Acabo concluindo que Deus Jiray é a kriptonita dos roteiristas, porque por mais que eles até criem situações interessantes com o personagem como o resgate de Tao, nunca conseguem envolvê-lo numa trama consistente. E essa lição de moral as avessas é o cúmulo, quase uma antítese de todas as mensagens que são apresentadas na série sobre o valor da vida. Sem falar que é o oposto do final da outra aparição do Homem Missil, quando ele ia embora deixando as batalhas de lado. Já não bastava o personagem ter a máscara do Ku Klux Khan, ainda me inventam essa piada de mau gosto de "pegue essa bazuca e lute pela paz." Por tudo isso, esse é o único episódio que eu realmente considero ruim.


Falando em ruim, não poderia deixar de tratar do grande ponto negativo de Jiraiya: a dublagem. Mesmo que tenha havido grandes interpretações (destaque para João Francisco fazendo Dell-Star) e algumas adaptações criativas (como o nome Espada Olímpica em vez de Espada do Vácuo Luminoso) na versão brasileira, por outro lado, a constante e irritante troca de vozes de 90% dos personagens infernizou o público. Dizem que isso ocorreu pela morte de Líbero Miguel, que dublava Dokusai e dirigia a série. Depois que ele morreu Gilberto Baroli passou a fazer a voz do vilão e Nair Silva assumiu a direção, mas deve ter tido algum problema de comunicação. Personagens importantes como Barão Owl, Reiha, Kanin Dragon, Hakushin, Storm, Parchis, Gyuma e Dr. Smith mudam de voz de um episódio pra outro... e o mais bizarro: alguns voltam a ter a mesma voz no decorrer do seriado.




O Spiker chega ao cúmulo de ter duas vozes no mesmo capítulo, uma quando está em trajes civis (Carlos Laranjeira) e outra quando se transforma em ninja (Eduardo Camarão), sendo que em sua primeira aparição quando trocava de roupa ele tinha a voz do Francisco Bretas, o dublador que se tornou fixo no Retsuga, o qual por sua vez antes já tinha tido vários dubladores, incluindo o narrador do seriado, Carlos Alberto Amaral, que também dublou o Steel apenas em um episódio. Algumas escalações são um mistério: na primeira aparição de Kaminin Oruha ele é dublado por Leonardo Camilo. Na segunda aparição do personagem ele é dublado por Ricardo Petinne, mas o Leonardo Camilo estava ali, dublando outro personagem, o Shin.


Como se isso não fosse estranho suficiente, no episódio 45 Leonardo Camilo volta a dublar o Ninja de Papel. Esse é, por sinal, o capítulo mais triste da série quando acaba a "Saga de Oruha" (a Saga dentro da Saga de Jiraiya) e reafirma a impressão de que Oruha e Kazumi são o "Romeu e Julieta dos ninjas". Na história Morgana tenta sem sucesso destruir Deus Jiray com sua magia. Como não consegue decide atingir o protagonista e bola o plano de sequestrar Kazumi para forçar seu marido a levar o herói para uma armadilha.



Ele então vai até o Dojo e sai de lá com Toha para resgatá-la, mas deixa um origami alertando Tetsuzan sobre a cilada e o Velho manda Emiha e Manabu informarem Rei. Jiraiya, sem desconfiar de nada, avisa ao amigo que quando resgatarem sua mulher, vai pedir uma grana ao Velho para que eles possam fugir para outro país. Penalizado, Oruha olha pra ele e relembra tudo o que já passaram juntos e como Jiraiya transformou sua vida e lhe deu a chance de ser feliz com a mulher que amava. Ele pensa:


"Será mesmo preciso destruir Jiraiya... que tanto me ajudou?"

Porém, o avistamento de uma das aranhas que Morgana colocou vigiando-o o impele a agir. Antes, no entanto, Oruha coloca no bolso da camisa de Toha o cordão com origami de Kazumi como um último presente. O que o Ninja de Papel não imagina é que Dokusai tinha mandado chamar o chefe da Família Kaminin de quem ele e Kazumi vem fugindo desde o capítulo 12 e vendeu (!) o casal pra ele. Reiha, Emiha e Manabu chegam e testemunham quando Oruha acerta Jiraiya de surpresa com um dardo no coração e o atira de um precipício. Os três se desesperam, enquanto os Feiticeiros comemoram.


Mas Manabu, Rei e Kei logo acham o herói pendurado numa pedra e são e salvo. Ele explica que Oruha atirou o dardo contra o origami de Kazumi que ele mesmo colocara no peito de Toha e partem pra ajudá-lo. Quando o Ninja de Papel pede pra Dokusai cumprir sua palavra ele revela sua traição e aparecem os ninjas da Família Kamenin. Mas pra infelicidade dos vilões Jiraiya e Reiha também aparecem e, devolvendo-lhe o cordão com o origami, o herói manda o casal de amigos fugirem.


Emiha e Manabu impedem que os ninjas dos Kamenin os persigam e, assim que Toha e Rei saem da base dos Feiticeiros, o Pequeno Ninja aperta um detonador, explodindo-a e pondo os vilões pra correr. Infelizmente, Oruha e Kazumi são interceptados pelo líder dos Kamenin. O Ninja de Papel tenta enfrentá-lo, mas não é páreo para seu velho chefe, que usa o ataque da Magia do Dragão - basicamente o mesmo golpe que o Kanin Dragon usava, só que mais poderoso - e o fere gravemente.




Kazumi se joga na frente para proteger seu amor e também é atingida pela Espada do vilão que continua tentando matar os dois. Agora é Oruha quem tenta proteger a amada e é atingido novamente pelas costas. Quando o casal vai ser executado Jiraiya se joga em cima do chefe dos Kaminin que nem um louco e sai rolando com ele. Oruha, agonizando, ainda pode ver o amigo chegando para ajudá-lo. O herói se opõe ao cruel regulamento dos Kaminin e o líder deles usa a Magia do Dragão para atacá-lo. Talvez por já ter experiência com esse golpe nos capítulos 10 e 11, Toha consegue destruir o dragão com um Golpe Crucial e em seguida matar o líder dos Kaminin com um Golpe Lateral. Mas quando volta, apenas vê Oruha e Kazumi se despedindo e morrendo, pois não resistiram aos ferimentos:

 "Jiraiya... foi bom ter encontrado você."

 O herói e seus irmãos não conseguem conter as lágrimas. Jiraiya chorou discretamente em alguns momentos da série (quando Maira foi embora e Jane e o sr. Gensai morreram) mas nunca caiu em prantos tão explicitamente quanto aqui. O fato é que ninguém, nem mesmo o público, esperava um final tão trágico para o casal. Deus Jiray surge das entranhas da terra e Toha implora a ele que use seus poderes para ressuscitar seus amigos.


Ele então cria um gigantesco pássaro de origami a partir do que estava no cordão de Kazumi, e essa ave de papel sobe aos céus, com Kazumi e Oruha acenando para eles de dentro do pássaro. Reiha explica ao herói que essa foi a ressurreição deles. Esse é um final um tanto ambíguo, mas parece claro que foi uma forma simbólica de dizer que eles encontraram a Felicidade que tanto procuravam no além vida. Como se não bastasse ter que lidar com essa perda, o episódio 46 reserva a Jiraiya simplesmente o pior momento da sua vida!


Ao observar Hakushin em sua banca de vidente Dell-Star tem um plano para machucar Toha aonde mais dói: no seu coração. Primeiro ele se alia a Dokusai e o convence a espalhar no mundo dos ninjas que o herói já tinha encontrado Pako e estava com ele pra si. Depois se apresenta ao vidente, fala que leu nas suas ondas cerebrais que ele já foi um ninja (!) e o convence a por fim a violenta busca pelo Tesouro do Século criando folhetos onde falsamente afirma que os Yamaji estavam com Pako. Assim, o ingênuo personagem esperava ajudar o vilão a conquistar a paz no mundo e ainda impressionar Kei.


Não sei o que é mais perigoso. A maldade do Dell-Star ou a burrice do Hakushin. Toha (que estava trabalhando entregando móveis nesse capítulo), Kei e Manabu são vítimas de assédio moral de seus colegas e vizinhos, além de serem procurados por entidades filantrópicas... e todos passam a vê-los como um bando de gananciosos. A hostilidade e o bullying aumentam a ponto da vidraça do Dojo ser quebrada de novo, mas não por uma pedrinha como costuma ocorrer, mas sim por um verdadeiro apedrejamento de uma turba que enche o lugar de cartazes ofensivos (os japoneses devem ser educados demais pra picharem, eu acho).


Hakushin percebe que tudo saiu errado quando vê Kei envergonhada e indignada e vai cobrar de Dell-Star tentando enfrentá-lo, mas o robô psicopata facilmente o coloca pra dormir. Enquanto isso, Toha vai ao encontro de Storm e ele, Wild e Barão Owl o atacam, pois acham que Jiraiya os enganou e ficou com o Tesouro Século para si. Revoltados - especialmente o Barão que crê que o Incrível Ninja faltou com sua promessa de usar Pako para ajudar o mundo - os três não dão ouvidos as explicações dele e lhe dão as costas quando tenta explicar, ferindo sua honra. Kei e Manabu, que tinham descoberto que o boato nasceu com Hakushin, encontram o irmão ajoelhado no chão, após sofrer sua pior derrota e ser traído pelos seus amigos:


"Já... não me importa saber quem espalhou isso. Uma vez perdida a confiança... e a amizade... jamais será possível tê-las de volta. Jamais. Jamais!"
Como eu falei a Amizade é um dos grandes temas abordados na série e a verdadeira fonte de força do protagonista. Ao privá-lo dela, os vilões arrancaram a alma dele. Observando a cena, Dokusai gargalha e se bajula e Dell-Star apenas diz "Sofra." Mais tarde Reiha vai visitá-los e Tetsuzan lhe comunica que eles vão se mudar pois não podem mais se defender das calúnias ali e ele teme pelo estado depressivo de Toha. O herói vai visitar a Mina uma última vez se questionando porque lutou até hoje, e a dupla de inimigos discute pra ver quem vai acabar com ele:


- Não há mais energia nem no coração e muito menos no corpo de Jiraiya.
- Agora é a chance.
- Mas quem dará um fim nele sou eu!
- Isso é o que você está pensando.
 Dell-Star explode uma pedra.
- Quero que você saiba que existe em mim uma vingança de dois mil e trezentos anos.
- HUIAHAUIHIAUHA!!! Tudo bem. HUAHAIUHAUIA!!!

Certeza que o Dokusai tava rindo de nervoso. Enquanto isso, Rei está decidida a ajudar e convoca Kei e Manabu para acharem Hakushin. Eles o encontram caído num gramado e, arrependido, ele conta que foi enganado pela "cabeça decepada". Todos logo deduzem quem foi o culpado. Nesse instante chega o Barão Owl, que admite que perdeu a cabeça e queria ouvir o que o herói tinha a dizer. É informado que foi enganado por Dell-Star que queria pressionar o protagonista ao máximo.

Assim, quando Toha percebe já está cercado pelo robô psicopata e pelos Feiticeiros e, completamente desprovido de ânimo, apanha até pros Corvos, enquanto Reiha, Manabu, Emiha, Hakushin, Wild, Storm e Barão Owl correm para salvá-lo. É interessante notar como, mesmo tendo cometido um erro terrível, o Barão Owl foi o ÚNICO que se arrependeu sozinho e que, mesmo se Hakushin não aparecesse, acabaria restaurando seu elo com Toha, confirmando um ponto que eu sempre acreditei. Que o Barão Owl, no fundo, foi o melhor amigo de Jiraiya em toda a série...

E quando eu digo amigo, me refiro a alguém que não era nem da família, como Kei e Manabu, nem possível interesse amoroso, como Rei. Quando todos chegam para proteger o protagonista Storm e Wild também demonstram que restauraram sua fé nele, mas são as palavras do Barão que marcam mais:


"Somos amigos para sempre."
Emocionado com a chegada das seis pessoas tão importantes em sua vida, Toha parte revigorado e irado pra cima de Dell Star e, quando parece que o herói indignado vai triunfar sobre o vilão... ele toma uma surra maior ainda. Outra sacada genial do capítulo é essa quebra de expectativa pois, quando você acha que ele vai a forra, aí é que o Jiraiya apanha mesmo. O robô psicopata após atingi-lo várias vezes, transforma a energia em uma espécie de cordas que prendem o herói e o prensam contra o chão quase como se fosse enterrá-lo vivo.


Toha não consegue se livrar e Dell-Star finca a espada Satã perto, causando-lhe mais dor, mas sem dar um golpe fatal. Todos estão ocupados com os Feiticeiros e o único que consegue se aproximar é Hakushin que, vestindo seu traje ninja vai pro tudo ou nada e novamente é facilmente derrotado pelo robô psicopata. Porém, num golpe de sorte, o vidente consegue acertar a cabeça flutuante do vilão com seu shuriken - o corpo se desvia e ela acaba sendo atingida - fazendo com que ele interrompa a pressão contra o herói. Jiraiya se levanta e contra ataca sem perda de tempo.


Mais uma vez o choque da Espada Olímpica com a Espada Satã causa uma descarga de energia e, se aproveitando disso, Toha agilmente atravessa o corpo de Dell-Star com sua Espada. É claro que isso não o mata, mas ele decide recuar prometendo retornar... o que deixa Dokusai furioso com o outro vilão - agora ele sabe como é a sensação de ser abandonado no meio da batalha. Quando tudo se acalma Jiraiya, Storm, Wild e Owl reafirmam seu laço de amizade. Hakushin chora pedindo desculpas, mas o herói prefere agradecer por ele ter salvo sua vida.


O vidente trapalhão então explica aos amigos curiosos que deixou de ser ninja após ser expulso por seu mestre. O motivo: ele era muito atrapalhado. É a última vez que vemos Hakushin, mas fiquei feliz de perceber como os roteiristas acabaram arrumando um lugar especial pra ele no seriado, apesar de me incomodar um pouco que no fim quase todos os personagens acabaram se revelando ninjas. Sobretudo, considero esse episódio 46, Amizade Perdida, o melhor capítulo da série (e um dos meus favoritos dos tokusatsus) pois é o que melhor transmite a mensagem do seriado Jiraiya.


Nunca é demais dizer como o roteiro, mesmo com uma ou outra forçada de barra, - como a troca de roupa instantânea dos ninjas - permanece como o ponto mais positivo da atração. Se observarmos a série veremos que as histórias giravam antes ora em torno da disputa por Pako entre a Família Yamaji e a Família de Feiticeiros, ou por alguma outra motivação dessa rivalidade, ora pela interação de heróis e vilões com os diferentes ninjas do império. E aí é que estava a chave da diversidade. Pois tal personagem podia se aliar a um lado ou a outro, ou se aliar a um e trair o outro, ou se voltar contra ambos como uma terceira força.

Diferente dos outros Metal Hero até aqui - que seguiam bem claramente a bipolarização entre heróis de um lado contra império maligno do outro - Jiraiya era muito difícil de se tornar repetitivo, uma das razões pelas quais ele envelheceu tão bem. E quando parece que mesmo com essa reciclagem narrativa as coisas vão ficar cansativas, surgem Dell-Star (que torna-se uma terceira força fixa, aliando-se ao seu bel prazer a quem lhe interessar ou não), Morgana (reforçando o lado dos Feiticeiros, combalido por tantas derrotas) e Deus Jiray, o maior aliado de Toha, que passa a se tornar o principal alvo da família rival.


É o que ocorre no episódio 47, quando um historiador descobre a existência da enorme estátua na Mina e Benikiba finge que vai patrocinar sua descoberta para que ele lhes mostre a localização do gigante. Para completar Morgana vai até o deserto onde Seinin Allan meditava e, aproveitando-se do seu momento de concentração o hipnotiza utilizando uma flauta mágica. O que eles não contavam é que Manabu estivesse perdidamente apaixonado pela filha do historiador, Akari.


Ele se encanta pela menina quando ouve ela tocando ocarina - um instrumento musical de sopro - e ela lhe pede ajuda quando desconfia das intenções de Benikiba com seu pai. Eles seguem os dois até a Mina. O herói, Emiha e Tetsuzan também vão, ao serem alertados por Reiha que Allan estava em poder de Morgana. A bruxa faz com que ele use seu poder e transforme o Deus Jiray inteiro em areia! Isso é que é poder! Manabu protege Akari e seu pai dos Feiticeiros espancando os Corvos, o que rende outra frase hilária de Dokusai:
 

"Me dá uma raiva desse moleque do Yamaji."

Quando Benikiba vai matar o garoto seu irmão mais velho chega e assume a briga, mas o líder dos Feiticeiros ordena que Retsuga, que estava noutro ponto da mina com um míssil, aproveite o estado de fragilidade de Deus Jiray e mate o gigante, enquanto Jiraiya tenta em vão tirar Allan do transe da flauta de Morgana. Manabu diz a Akari para usar sua Ocarina e o som dela rompe a hipnose da flauta e liberta o Ninja do Deserto.


Quando Retsuga dispara o míssil Allan faz Deus Jiray voltar ao normal, Toha se funde a ele e detona o míssil com a Espada Gigante. O Ninja do Deserto vai pra cima da bruxa, mas Morgana usa uma arte ninja e o esgana usando seus cabelos como arma. Outra qualidade que não poderia deixar de ser citada é essa quebra de expectativa, que acontece tanta vezes. Após a demonstração de poder do Allan, tranformando o temido Deus Jiray, não dava pra imaginar que ele quase morreria nas mãos, ou melhor, nos cabelos da bruxa.


O herói, que estava doido pra dar cabo de Dokusai, tem que deixar novamente o líder dos Feiticeiros de lado e salvar seu amigo cortando os cabelos de Morgana com a Espada Olímpica. Enquanto a vilã descabelada foge com os demais, Allan agradece a Jiraiya e a Manabu. Refletindo, era possível que o seriado durasse bem mais capítulos, mas o fato é que chegamos a partir de agora ao arco final da saga do Incrível Ninja. Assim, no episódio 48, o Planeta das Trevas se aproxima da Terra.


Dell-Star parece satisfeito e os Feiticeiros não entendem o que é aquele gigantesco corpo celeste. De repente o Japão é sacudido por um grande abalo sísmico. No dia seguinte, Toha, Tetsuzan, Rei, Kei e Manabu vão até a Mina e encontram destroços da nave que trouxe Pako, Dell-Star e o primeiro Jiraiya a Terra. Ao longe são vigiados pelo robô psicopata de um ponto, pelos Feiticeiros do outro e por David Cat, Tubarão-Mor e Kenin Parchis, os ninjas restantes do Império, de uma terceira posição.


Tetsuzan diz pra Jiraiya refletir com a Espada Olímpica a luz dos olhos de Reiha como fizeram contra Kanin Dragon. Ao fazer isso eles manifestam aquela energia poderosa e fazem com que uma esfera negra e brilhante saia flutuando das entranhas da Terra e fique diante deles: é Pako! Ele é uma espécie de pequeno Sol, uma matéria viva do universo, oriunda do Planeta das Trevas e com poderes como a capacidade de criar o terremoto da véspera. Usando o corpo de Rei como uma espécie de transmissor Pako se comunica com eles e explica o inimaginável.


Muitos anos atrás o Planeta das Trevas enviou Pako e os viajantes estelares para DOMINAREM A TERRA. Só que a nave deles caiu e os conquistadores acabaram sendo salvos pelos terráqueos. Agradecidos, eles se encantaram com nosso ecossistema, pois a Terra é um paraíso verde e azul no meio da imensidão das trevas do Universo. Por tudo isso, desistiram do seu objetivo e decidiram viver conosco e o povo da época chamou Pako de Tesouro. Mas o Planeta das Trevas queria punir os traidores e enviou um raio laser dos confins da galáxia causando um terremoto que séculos atrás escondeu Pako do resto do mundo.


Poderia haver quebra de expectativa maior do que essa? Todo mundo achando que Pako ia enriquecer as pessoas ou curar a miséria do mundo, o Barão Owl só faltava rezar pra Pako, a maluca da Morgana achando que ele escondia ouro e jóias e o Velho com aquela ladainha interminável que "os maus não podem colocar as mãos em Pako". E, no fim das contas, Pako era mau! Ao menos em sua origem, ele tinha propósitos tão ou mais malignos que Dokusai ou o pior dos ninjas do Império! E, pior ainda, Dell-Star não tentou roubar Pako do primeiro Jiraiya, com o Tetsuzan deduzira antes. Ele queria punir os dois traidores. O que significa que a princípio, antes da traição, o primeiro Jiraiya também era mau! Afinal, ele veio CONQUISTAR O NOSSO PLANETA!


Você pode até não gostar desse final ou da forma como Pako foi apresentado, mas foi uma grande sacada subverter crenças e colocar uma reviravolta dessas num seriado onde o Bem e o Mal pareciam ter lugares bem definidos. Rei não suporta mais a conexão e desmaia enquanto Pako some de novo. O Velho avisa ao filho que estão sendo espionados e eles vão embora. Naquela noite, enquanto Kei e Manabu cuidam de Reiha, Tetsuzan, nervoso com a revelação, decide ensinar ao herói o Segredo dos Togakure, para que ele possa vencer qualquer inimigo que aparecer. É o golpe da Consciência Olímpica, basicamente uma evolução do método que ele utilizou contra Satã, Wild, Yajiro e Strover.


Graças a ele, Toha consegue acertar até mesmo o próprio reflexo! No outro dia, Rei e os Yamaji retornam a Mina e são atacados por Tubarão Mor, Kenin Parchis e David Cat. Desta vez com certa facilidade, o herói destrói os três com o Golpe Tri Lateral. Depois eles reencontram Pako que alerta: o Planeta das Trevas estava chegando para puni-lo e destruir a Terra. Ele precisa deixa o nosso planeta o mais rápido possível para desviar a rota dele. Para quem era uma dádiva, Pako acabou se tornando uma maldição. Aí começa aquela confusão, porrada e correria de sempre.


Os Feiticeiros aparecem para lutar e distraem os heróis, enquanto Morgana joga um manto sobre Pako que o deixa imóvel e o tira de lá. Jiraiya tenta impedir e toma um baita tiro de fuzil da Morgana jovem. Os Feiticeiros fogem com o "Tesouro", quando Barão Owl aparece e começa a lutar contra todos eles, Dokusai, Morgana, Benikiba, Retsuga, os Corvos. Em meio ao combate, Dell-Star aproveita e pega Pako para ele, saindo de lá. Cada um corre para um lado atrás dele e, no meio do caminho, o Cavaleiro encontra Toha e os outros e explica que o robô psicopata levou Pako.


Em outro ponto, Dell-Star cumprimenta seu "velho amigo" e liberta Pako do manto de Morgana apenas para ameaçá-lo com a Espada Satã até que o Planeta das Trevas chegue para executá-lo. O herói já chega pulando em cima do robô psicopata, enquanto Pako aproveita e entra dentro do Deus Jiray, deixando Dell-Star furioso. O Barão Owl se oferece para ajudar o Incrível Ninja, mas ele quer lutar contra seu oponente sozinho. Nisso, os Corvos sobrevoam o Deus Jiray e começam a bombardeá-lo para tirar Pako dele. Tetsuzan, Barão Owl, Reiha, Emiha e Manabu vão então encarar os Feiticeiros, enquanto Jiraiya e Dell-Star tem seu conflito final.


Assim, no episódio 49, Toha sofre mais um pouco da mão do robô psicopata que luta em duas frentes: com o corpo de um lado e a cabeça do outro e acertando vários raios no oponente de longe. O herói recorre então a Consciência Olímpica e consegue atingir a cabeça de Dell-Star com um shuriken desestabilizando-o (fazendo de propósito o que Hakushin tinha feito sem querer no capítulo 46) para em seguida, num daqueles movimentos loucos, transformar a Espada Olímpica em espada laser e golpear o corpo do inimigo no meio de um salto mortal, arrancando-lhe o braço que segurava a Espada Satã.


No mesmo momento Jiraiya atira a Espada Olímpica que atravessa a cabeça de Dell-Star e o Incrível Ninja salta pra longe para se proteger de uma grande explosão. Mas o robô psicopata volta com o corpo unido com a cabeça, mesmo sem um dos braços. Ele pega de volta a Espada Satã enquanto Jiraiya põe os reforços da armadura e recomeçam a luta. Novamente o choque entre a Espada Olímpica e a Espada Satã gera uma grande onda de energia. Dell Star consegue acertar Toha, mas ele é protegido pela ombreira construída pelo Dr. Smith para a Armadura Olímpica. O herói então pressiona o inimigo e atira a Espada Satã longe.


O vilão demonstra que a dependência dela foi seu ponto fraco, pois se distrai ao vê-la escapar-lhe das mãos, enquanto Jiraiya dá o Golpe Frontal definitivo em Dell-Star com a Espada Olímpica, acabando de uma vez por todas com seu arquiinimigo. Em seguida ele se une ao Deus Jiray e ataca os Corvos facilmente, até eles decidirem fugir. Os Feiticeiros, após apanharem de novo dos Yamaji e amigos, resolvem recuar e apelar para a bola de cristal de Morgana. Nisso, dentro do Deus Jiray, Pako ordena a Toha que use a Espada Olímpica para com a energia dela fazer Pako deixar a Terra usando o corpo de Deus Jiray e afastar o Planeta das Trevas.


Apesar de ouvir do próprio Pako sobre a catástrofe que se aproximava, o Barão Owl quer pegá-lo de de qualquer jeito e lembra que eles sempre disseram que usariam o Tesouro do Século para ajudar o mundo. Demonstrando o perigo de se deixar contagiar por um certo fundamentalismo nas suas crenças o Barão Owl chega a sacar a Espada para o herói, que se recusa a enfrentá-lo. Definitivamente o Cavaleiro foi quem aceitou pior a verdade sobre Pako. É quando Tetsuzan demonstra porque ele é o cara. O Velho, usando apenas de sua autoridade moral, se interpõe entre eles e diz:

"Espere, Barão Owl. Se quer matar, mate a mim.... Este tipo de luta para Pako é o mais absurdo e também o mais desagradável. Se quer derramar sangue inútil... então mate a mim."
Dava pra notar como Tetsuzan estava farto por tanto sangue inocente ter sido derramado para possuir ou proteger algo que não é e nem nunca foi aquilo que todos imaginavam. Desarmado por aquelas palavras o Barão volta a si, caindo de joelhos envergonhado e demonstrando humildade ao reconhecer seu erro, enquanto mais uma vez Jiraiya mostra que sua maior força reside no sentimento que tem por seus amigos:

-  Tetsuzan... Jiraiya... Pessoal... me perdoem. Eu devia estar mesmo péssimo. Acredito firmemente nas palavras de Pako. Eu juro.
- Barão Owl, tudo bem. Eu entendo o que você diz. Afinal, somos amigos.
- Me desculpe, Jiraiya.

Mas quando o herói vai atirar a Espada Olímpica dentro do Deus Jiray... Kanin Chang Fu aparece e a rebate no ar. Ao seu lado, praticamente todos os ninjas do império e Dell-Star. Usando os poderes de sua bola de cristal, Morgana os trouxe como um exército de espíritos para enfrentar os heróis. Tetsuzan se afasta para alcançar os Feiticeiros, enquanto os reforços chegam.


Storm, Wild e até o Homem Míssil (por que ele? por que não o Allan ou algum outro?) surgem para ajudar. Lembram quando eu falei que a verdadeira força de Jiraiya vinha da Amizade? Pois é, aqui ele demonstra que tinha uma Legião de Amigos. E uma Legião de amigos formada pelo "Rei Arthur", o "Kamen Rider", o "John Wayne" e o "Rambo". Esse encontro de tantos personagens carismáticos, ainda que momentâneo, é uma daquelas cenas inesquecíveis que fez a festa da garotada na época.


O Velho consegue surpreender os inimigos e destruir a bola de cristal da bruxa afastando os fantasmas. Dokusai o desafia e manda Benikiba, Retsuga e os Corvos enfrentarem os demais e garante que não morrerá. Essa cena funciona como uma despedida entre pai e filha. Obviamente os Feiticeiros não tem a mínima chance contra a Legião de Amigos do Jiraiya. Resultado: os Corvos fogem e, gravemente feridos, Benikiba e Retsuga reconhecem a derrota, jogam suas espadas no chão e decidem ir embora para nunca mais voltar.


Esse final deles de fato ficou estranho, sobretudo pela Benikiba que poderia ganhar mais importância e talvez ficar mais forte. Eu sempre desconfiei que na verdade ela era filha da Morgana e que a bruxa a deixou com seu pai Dokusai após o ajudar a fundar os Feiticeiros, como Tetsuzan citou uma vez. Mas eles acabaram não explorando nada disso. Jiraiya e sua legião vão ajudar o Velho e cercam Dokusai que usa a apelação máxima. Usando uma arte secreta dos Feiticeiros, ele funde os poderes dos espíritos que Morgana invocara ...E SE TORNA UM GIGANTE!


Taí um exemplo de como não utilizar o recurso deus ex machina na narrativa. Se o Dell-Star ficasse gigante, ainda dava pra digerir, mas o Dokusai foi demais. Depois de mostrarem um vilão muito mais interessante - não só como ameaça física ao herói, mas principalmente psicológica - eles decidiram antecipar a sua luta para, aos 45 do segundo tempo, transformarem o outro oponente principal de novo no maior inimigo. E, de quebra, ainda conseguir mais uma luta com alguém a altura do Deus Jiray, literalmente, o que só ressalta como os roteiristas ficavam perdidos quando tinham que criar situações envolvendo o gigante.


Sem outra alternativa, Toha se funde ao Deus Jiray e enfrenta o gigantesco Dokusai, enquanto o Planeta das Trevas está cada vez mais perto da Terra. E assim chegamos ao episódio 50, o último capítulo, Adeus Espada Olímpica. O agora enorme vilão consegue se livrar da lança de Deus Jiray e o atinge com sua arte ninja, mas logo o oponente vira o jogo, transforma sua Espada Gigante em Laser acertando um poderoso raio no inimigo. Por fim, Deus Jiray vence e, após mais um golpe da Espada Gigante, Dokusai volta ao tamanho normal e cai desmaiado, sendo acudido por Morgana.


O herói vai parar os ombros de Deus Jiray e fita a Espada Olímpica pela última vez. Mais uma vez é ressaltado a importância dela como algo muito maior do que uma simples arma. Ela fazia parte do próprio personagem Jiraiya mais do que qualquer outra espada de um Metal Hero. Por isso mesmo, ele se despede dela como se falasse a um velho amigo que não verá nunca mais, de forma tão sincera que comoveu diversas crianças que assistiram na época:


"Acho que chegou a hora de me despedir de você. Eu não vou me lamentar. Você voará aos confins do universo sempre protegendo Pako. Adeus... Obrigado Espada Olímpica."


A seguir ele atira a Espada dentro do Deus Jiray e vai encontrar seus amigos. O herói, Tetsuzan, Reiha, Manabu, Emiha, Barão Owl, Wild e Storm - ah, e o Homem Míssil também - observam Deus Jiray, Pako e a Espada Olímpica partindo para o longínquo universo enquanto dos olhos do gigante um raio atinge o solo. O Planeta das Trevas muda de rumo e vai atrás deles, se distanciando da Terra. Dokusai e Morgana tem um ataque histérico. E eu ficava me perguntando como os idiotas dos Feiticeiros achavam que ficariam ricos com Pako... Será que iam vender ingressos pras pessoas irem ver um Pequeno Sol Alienígena?


Jiraiya encara Dokusai e Tetsuzan Morgana, que oscila entre suas versões jovem e velha. O pai do protagonista encontra seu ponto fraco numa de suas aranhas e a destrói. Toha pede para lutar com Dokusai sozinho mesmo sem a Espada Olímpica. Dokusai vai com tudo pra cima dele e quebra até a ombreira da Armadura Olímpica - como ele acertou o mesmo lugar que tinha resistido até ao primeiro golpe da Espada Satã eu acredito que a ombreira já devia estar enfraquecida.



O herói usa de novo a Consciência Olímpica e consegue atingir o inimigo rompendo sua máscara de Diabo. Mais uma vez surge o rosto de Tetsuzan, mas dessa vez Jiraiya avisa:

"Não caio mais nessa Dokusai. Vou matá-lo sem hesitar."
E é o que faz. Enquanto a face do vilão se transforma numa espécie de buraco negro, Toha o atinge com um golpe fatal de uma espada comum mesmo e ele explode. Em seguida o herói e seus amigos percebem que no local onde caiu o raio dos olhos de Deus Jiray nasceu uma flor, sem igual no nosso Planeta, com uma mensagem de esperança para a Terra. Todos a admiram e o Homem Míssil chega a comentar:

"Olhar pra ela me faz pensar que a guerra foi uma mentira."

Ufa, conseguiram encerrar o personagem com alguma dignidade. Jiraiya conclui dizendo que um dia Pako voltaria, nem que fosse daqui a muitos anos. Quando o nosso sol explodisse e nós estivéssemos mergulhados nas trevas, então... Pako viria iluminar o nosso mundo. Storm, Homem Míssil, Wild e Barão Owl se despedem dos Yamaji e de Toha, mas Storm prefere não dizer adeus e Wild é o mais emblemático ao falar para Jiraiya:

"Onde quer que vá sempre estarei com você."

Mais tarde, o herói vai então visitar o túmulo dos pais biológicos, enquanto rememora suas incríveis aventuras. Numa cena bem rápida entre um flashback e outro, é possível ver um origami aparecendo, a última lembrança de Kaminin Oruha, um amigo que não estava mais nesse mundo para se despedir. Assim, Jiraiya chega ao fim com Toha Yamaji ao lado de Tetsuzan e Reiha, treinando seus irmãos, tornando-se o Sucessor de Togakure e preparando-se para ser o maior ninja do mundo.


Embora, oscile bastante entre episódios fracos e fortes nos últimos capítulos, Jiraiya teve um bom final, mesmo que ele esteja abaixo dos de Flashman ou Metalder, por exemplo. Só que o seriado foi tão acima da média e tão criativo, que somos sempre levados a lembrar dos pontos altos. Um deles eu achei fantástico e só fui perceber ao rever o programa depois de adulto: Jiraiya é uma série sobre ninjas, mas que "brinca" - no melhor sentido possível - com a UFOLOGIA.


A lenda em torno de uma nave espacial que visitou civilizações passadas e era considerada um Tesouro ou ou Deus pelos povos antigos. A história de extraterrestres que visitaram a Terra séculos atrás e deixaram descendentes entre os terráqueos. O elo mental entre esses descendentes. A inteligência artificial criada por uma ciência alienígena que se torna um robô ambicioso e vingativo como um humano. O planeta que vem em rota de colisão com a Terra. Tudo isso foi tirado de conceitos da ufologia.


É verdade que ficaram pontas soltas, como o fato de Rei e Toha terem lembranças de um outro planeta parecido com a Terra, que não tem nada a ver com o Planeta das Trevas. Dizem que haveria uma continuação no Japão e talvez tudo isso fosse esclarecido, assim como os paradeiros de Benikiba e Retsuga e, quem sabe que outros inimigos haveriam no espaço. Mas o sucesso de Robocop - O Policial do Futuro acabou incentivando a Toei a apostar suas fichas num Metal Hero totalmente novo: Jiban - O Policial de Aço. Talvez tenha sido melhor assim, considerando que a continuação de Black Kamen Rider, por exemplo - Kamen Rider Black RX - ficou aquém da original.


Uma coisa interessante é que, se os protagonistas de Metal Hero anteriores - exceto Metalder - eram todos visitantes do espaço - e também do tempo no caso do Spielvan - Jiraiya também conta a mesma história, mas do ponto de vista Humano. E, entre tantos temas valiosos que enriqueceram a série, como Ninjas, Ufologia, Família, Amizade, todos são direcionados por esse fator em comum: HUMANIDADE.


Jiraiya foi muito mais do que um grande tokusatsu (com as melhores lutas de espada que eu já vi numa série japonesa), ou um dos seriados de heróis mais marcantes de todos os tempos - ele está na história da televisão mundial ao lado das séries do Superman, do Zorro, do Batman, do Incrível Hulk etc. - ...ele foi acima de tudo uma história sobre Humanidade.


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