sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Climatinê: Rush - No Limite da Emoção por Lais Skywalker



A arte de correr na chuva.



Acabei de chegar do cinema e estou tão extasiada com o filme, que antes de começar a falar sobre ele, preciso resumir o que estou sentindo, já que não posso sair correndo e ficar batendo a cabeça na parede de satisfação. Então, com a vossa licença: PUTA QUE ME PARIU, MACACOS ME MORDAM, PELOS SETE INFERNOS, PELAS BARBAS DO CHEWBBACA, PELO ARQUINHO DA GWEN STACY, PELA GRANDEZA DE ODIN, QUE FILME BOM !


  Pronto, passada a euforia, vamos ao ponto. 


Eu gosto de corrida.  
Mentira tua, como tu gosta, e eu não sabia disso, tu tá mentindo, Lais, tu tá querendo dar uma de fodelona? 
Tu pode estar se perguntando isso, nesse momento.  Mas durma com essa: Eu gosto de automobilismo!  E tu não sabia mais dessa esquisitice minha, justamente por isso. Porque é uma coisa minha, uma coisa muito pessoal. Da mesma forma que tu não sabe o quanto eu sou apaixonada por vôlei e sei de cor toda a tabela da Liga Mundial, dos últimos quinze anos. É claro que ambas as coisas, não chegam aos pés do meu amor pelo futebol. E claro que entendo mais dele, simplesmente porque é um esporte de muito mais fácil acesso, do que os outros dois.  De futebol eu manjo (já disse que sei o que é um volante?), já de corrida, não.  Mas eu gosto da coisa. E madrugo pra assistir e fervo leite com Nescau pra ver os treinos e acho que a pista de Monte Carlo em Mônaco é a mais maneira da Fórmula 1.



 Tudo começou, quando eu li o livro que deu nome a essa resenha. A Arte de Correr na Chuva conta a história fofa sob a perspectiva de um cão, envolvendo seu dono e a paixão pela Fórmula 1, que ambos tinham em comum. Enzo, o cachorro, adquiriu uma grande percepção da condição humana através das corridas que ele sempre assistia ao lado do seu dono. O mais bacana do livro, escrito por um americano, é a paixão expressa, por Ayrton Senna. No decorrer da história, vários pilotos são citados, mas a adoração que o autor tem por Senna, é tocante. Tanto que uma das frases do livro tornou-se a minha resposta, toda vez que em uma conversa o assunto é o piloto brasileiro.
''Ele era admirado, amado, aplaudido, honrado e respeitado. Na vida, assim como na morte, ele foi um grande homem.''





  Veio daí, o meu interesse pelo automobilismo. E tchê, é uma coisa muito legal. É equilíbrio, expectativa, paciência, estratégia, sorte e instinto, tudo junto a 300 km/hr. Posso estar falando bobagem e minha escolha de palavras pode estar sendo vaga. Mas é isso que a Fórmula 1 sempre me transmitiu. Nunca vou esquecer de 2008. Inesquecível mesmo. Corridas sempre disputadas e cheias de ultrapassagens. Durante toda a temporada, pilotos diferentes alternando posições. Fechando com o término de uma das temporadas mais emocionantes da história. Se Massa ganhasse e Hamilton chegasse em QUINTO, Hamilton seria campeão. Massa ganha e na última volta Hamilton estava em sexto numa chuva torrencial! E a chuva... Sempre ela... Assim como em 93, Grande Prêmio da Europa, quando Senna passou quatro carros na volta de abertura, quatro dos mais renomados pilotos do campeonato com seus renomados carros oficiais: Schumacher, Wendlinger, Hill e Prost; ele passou todos e a chuva invadindo a pista e... Foi e é sensacional.




  E logicamente, quando fiquei sabendo, que Ron Howard estava fazendo um filme sobre corrida da década de 70,  enlouqueci e criei muitas expectativas. Hoje, depois de tanta espera, posso afirmar que RUSH: No Limite da Emoção  é um dos melhores filmes do ano e entra fácil para a lista de... Sei lá, trinta melhores filmes que eu já vi na vida. É sério, do momento em que sai do cinema até agora, já se passaram três horas e eu ainda estou estupefata. 
  Baseado em uma história real, o filme apresenta o duelo de pilotos opostos em busca da glória na Fórmula 1, o austríaco Niki Lauda e o britânico James Hunt que fizeram fama entre as décadas de 1970 e 1980 ao disputarem seguidamente os campeonatos mundiais.

os verdadeiros carinhas.


De um lado, acompanhamos a dedicação e obsessão extrema de Lauda com os detalhes para ter o melhor carro e ser o melhor piloto. Do outro, temos o impulsivo e galante Hunt, um homem decidido a provar o seu valor e ser um campeão. Engraçado observar que, ao contrário do documentário Senna (que retrata a igualmente épica rivalidade do brasileiro com Alain Prost), não existe um vilão em Rush. Eu me peguei dividida entre torcer por Hunt ou Lauda, o tempo todo. 
  A culpa disso está na atuação inspirada da dupla de atores. Começando por Chris Hemsworth, o Thor. E tá, ai pra mim, inicialmente foi um problema. Porque... Né... Quem me conhece sabe o quanto levo isso a sério e... Assim... O cara é o Thor. Eu ainda acho que devia existir uma lei que proibisse os heróis de fazerem outros filmes em papéis de civis. 



Ai tu me diz ''Errr, Laís, que bobagem, tu sabe que heróis são os do gibi, os do cinema são atores que foram pagos paras desempenharem tal papel.''E eu te digo apenas: Não me venha com essa ladainha. Adeus.  
Portanto, foi complicado para mim. Ele esta um tanto quanto lascivo nesse filme. E bebe, e trepa, e fuma. Nada contra quem bebe e trepa e fuma. Mas... Ele aparece pelado, poxa... E sei que muita menina vai ficar animadinha com isso e vai dizer ''Olha a bundinha do Thor’'' mas... Não, ok? Exatamente isso, a bundinha DO THOR. O cara é um Deus, porra! Um super herói que tem como objetivo salvar o mundo e não alimentar desejos fornicatórios! 



 Então... Deixemos os glúteos do Thor de lado. Respeitemos o Deus do Trovão, filho do grande Odin, Deus Supremo de Asgard. Olhem para aquela cena com reverência e seriedade, pelo amor de Deus. Prosseguindo, o Thor encarna o espírito boêmio de Hunt de uma forma assustadoramente real. Veja um video do verdadeiro James Hunt e fique embasbacado. No entanto, por mais brilhante que o Thor esteja, o desempenho incrível fica por conta de Daniel Bruhl que encarna o jeito metódico e cretino de Niki Lauda com precisão absoluta. E pasmem, conseguiram enfeiar o menino! Daniel Bruhl é lindo, tem uma barbinha que benza Deus e só quem já viu os filmes em que ele aparece totalmente pelado...Né... Tem meu respeito, esse menino.


 A dinâmica entre Thor e Bruhl, por sinal, representa um dos pontos altos da produção, resultando em algumas das melhores cenas do filme. E pelo roteiro ser estruturado de forma que possamos seguir os dois protagonistas quase que ao mesmo tempo, vale dizer que a montagem do filme merece créditos por conseguir acompanha-los sem quebrar o ritmo da história.



  Enquanto isso, Ron Howard conduz a história com uma energia contagiante, construindo também ótimos momentos de tensão, sendo o principal deles o acidente que resultou em graves queimaduras em Lauda e descontração, nos momentos das coletivas de imprensa, onde fica impossível  não soltar uma gargalhada por conta das línguas afiadas dos dois pilotos.


  Sempre digo que a música é um detalhe fundamental para um filme deixar de ser apenas bom para inesquecível. Hans Zimmer, sempre ele, dá todo o clima necessário para o espectador comprar a ideia da obra, se empolgar com os personagens, e acima de tudo faz com que a gente sinta a adrenalina das corridas. O tema principal se chama 1976 e consegue misturar melancolia e grandeza. Quem é fã de Game of Thrones como eu, vai quase chorar de emoção ao escutar essa música...






  Mas então é isso; a maior parte das criticas gostou do filme, todavia ressaltou um ou outro defeito. Pessoalmente, eu não sei apontar nenhum. Pra mim, Ron Howard fez um trabalho magistral, espetacular e impecável. Um filme apaixonado, que era um dos mais aguardados do ano por mim e entrou fácil para minha graaaaaande lista de filmes preferidos. Se tu é fã de fórmula 1, VEJA. Se tu é fã de cinema, VEJA.


Ai se tu acha o Thor... Como as pessoas dizem mesmo...? Gostoso? Então, não veja. E me faça o favor de morrer pra ver se no inferno, tu aprende a ter respeito por divindades.


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