terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Climatinê: Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras

por
Corto de Malta
 
Guy Ritchie dirige mais uma aventura do maior detetive do mundo estrelada por Robert Downey Jr. e Jude Law como Sherlock Holmes e o Dr. Watson.

A história começa logo após os eventos do filme anterior com Holmes fechando o cerco sobre os planos do Professor Moriarty (Jared Harris), enquanto continua envolvido com Irene Adler (Rachel MacAdams). Também voltam a tona os preparativos para o casamento de Watson, com direito a uma tumultuadíssima despedida de solteiro.

Porém, a partir do momento em que o até então reservado Moriarty revela seu rosto os acontecimentos se precipitam. Suas intenções de se vngar eliminando todos ligados ao detetive é só o princípio de um plano mestre maior cujo objetivo é deflagrar a primeira guerra mundial e colher todos os lucros da venda de material bélico para as nações envolvidas no conflito.


Em meio a tudo isso, Mycroft Holmes (Stephen Fry, muito engraçado), o irmão de Sherlock, o irmão de uma cigana misteriosa (Noomi Rapace), um grupo armado de anarquistas inconformados com o regime político europeu, a reunião dos líderes de todas as grandes potências nas Cataratas de Reichenbach na Suíça (local que os fãs dos livros do detetive conhecem tão bem) e a morte de um personagem importante, morte essa que ocorre logo no início do longa-metragem e que pra mim foi um dos pontos fracos de O Jogo de Sombras.

O filme em geral é muito dependente do seu antecessor. Só quem assistiu a primeira história de Ritchie com o personagem vai entender uma série de coisas como a importância dessa morte na vida de Holmes, os eternos problemas que o detetive traz ao casamento de Watson, a rivalidade entre Holmes e Moriarty e o fato de o vilão ter conseguido chegar tão longe sem ser detido.


 Mas uma vez a diversão é garantida pelas deduções aparentemente loucas de Holmes (cuja lógica fica mais explícita aqui do que no primeiro filme) e pelo ritmo frenético empregado por Guy Ritchie. Surpreendemente Watson e Mycroft também fazem aguçadas deduções mostrando que seus intelectos não ficam nada a dever ao de Holmes, o que por outro lado tira parte da graça já que o detetive e seu estilo arrojado de investigação são únicos. A personagem de Noomi Rapace, por outro, é completamente dispensável e toda sua participação poderia perfeitamente ter sido adaptada para Irene Adler, que foi desperdiçada na trama.

Assim como o anterior, esse longa-metragem é bem mais Guy Ritchie do que Conan Doyle, como podemos ver nas cenas de Watson salvando Holmes sobr tirtura e na perseguição da floresta logo a seguir, que eu até achei bem legal, mesmo que se estenda demais. O diretor, inclusive, melhorou muito a forma de colocar o público dentro da fantástica mente de Holmes, embora ainda cometa seus percalços, como aquela dedução sobre os "gêmeos" que, ou passou muito rápido, ou eu não entendi mesmo.


 A sequência do combate final, esse sim uma versão modernizada de uma das cenas mais famosas imaginadas por Doyle, exigindo tudo de Robert Downey Jr. e Jared Harris, foi realmente bem bolada e é o ponto alto da história, que se encerra mais uma vez com um gancho pra uma nova continuação.

Curiosamente, ao contrário da última vez, eu não consigo vislumbrar por onde o roteiro de uma terceira parte seguiria, especialmente após Ritchie ter dado cabo em poucos minutos de alguém que nos livros nunca teve a importância que o próprio Ritchie lhe deu no primeiro filme. Pareceu um tiro no pé, a não ser que tal pessoa retorne de alguma forma.


De qualquer forma Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras consegue se sair bem como entretenimento e acrescentar mais um bom capítulo as incontáveis adaptações das aventuras de Holmes criadas por Conan Doyle, que ainda são fonte quase inesgotável de um vasto material para Guy Ritchie ou qualquer outro diretor criar grandes histórias.

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