segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Climatinê: Roubo nas Alturas

por
Corto de Malta
 
Ben Stiller e Eddie Murphy comandam um bando de Robin Hoods modernos numa  Nova York que vira uma "Nottingham" marcada pela crise econômica mundial.

Dirigido por Brett Rattner, Roubo nas Alturas conta a história de Josh Kovacs (Ben Stiller), um pacato e dedicado gerente de um luxuoso arranha-céu em Manhattan. Morando num lugar bem mais modesto no Queens, marcado pela desordem e criminalidade, como as confusões arrumadas por seu vizinho Sliede (Eddie Murphy) com a polícia. Kovacs acaba sendo aquelas pessoas caxias que dedicam sua via ao trabalho tentando tornmá-lo o melhor possível e tornando seus colegas tão eficientes quanto ele, exceto por seu cunhado Charlie (Casey Afleck) cujas trapalhadas acabam sendo acobertadas para que ele não perca o emprego prejudicando assim sua irmã grávida. É esse também o local de trabalho dos sonhos para Enrique Dev'Reaux (Michael Peña), que almeja um emprego por lá.


Dois moradores do arranha-céu dão o tom pretendido por Rattner com o filme. Fitzhugh (Matthew Broderick) é um investidor falido que está constantemente sendo ameaçado de despejo e já vendeu todos os móveis do apartamento, contando apenas com uma cobertura de Kovacs pra ganhar tempo. Seu oposto aparentemente é o figurão de Wall Street Arthur Shaw, que vive na cobertura ultra segura e luxuosa com uma piscina imensa e mantendo no meio da sala o seu xodó: um carro que é uma relíquia por ter pertencido a Steve Macqueen. Ostentação é pouco. Shaw mantém com Kovacs uma espécie de amizade, além de jogarem xadrez juntos.


A casa (ou melhor o prédio) começa a cair quando após uma confusão na rua Kovacs descobre que Shaw está sendo investigado pelo FBI por ter roubado milhões em dinheiro de investidores. Enquanto cabe a agente federal Claire Denham (Téa Leoni) mantê-lo em prisão domiciliar na cobertura até seu julgamento, sobra pra Kovacs contar que investiu o fundo de pensão de TODOS os funcionários do prédio com Shaw, e que ele agora estava tudo perdido. A tensão chega a um ponto insustentável no dia seguinte, após o idoso porteiro do arranha-céu tentar o suicídio e revelar ao gerente que deu ao milionário também  todo o dinheiro que juntou por décadas para sua aposentadoria iminente.

Então no primeiro dia de emprego de Enrique, Kovacs confirma com Fitzhugh (que finalmente não pôde mais escapar do despejo) que era impossível Shaw ser inocente nesse caso, invade a cobertura do milionário e detona o estimado carro do sujeito, lavando a alma de todo mundo, mas garantindo uma sumária demissão para ele, Charlie e Enrique. Porém, surge uma luz no fim do túnel quando, após uma conversa no bar com Clarie, ela lhe revelar que fora impossível rastrear o dinheiro de Shaw pois ele o escondera muito bem. O gerente  saca logo que só pode estar na cobertura, supostamente num cofre oculto que ele sabia que Shaw mandou construir ali.


A partir daí começam a velha história dos filmes de assalto. Dessa vez reunindo um bando de pobres coitados como Enrique, Charlie, Fitzhugh e, claro, o espertalhão Sliede, que é tirado da cadeia para ser o "grande especialista" em roubos da equipe, mas pensando logo em passar a perna em todo mundo pra se dar bem. Logo eles acabam precisando também da ajuda de outra funcionária, Odessa (Gabourey Sidibe), cujo pai era mestre em trancas e fechaduras. Muitos truques e manobras os aguardam, assim como uma série de imprevistos e surpresas.


De fato o filme pega mais carona com a crise econômica atual usando-a como pano de fundo. O movimento Ocupy Wall Street, por exemplo, não é citado ainda que seja uma óbvia influência e em vez disso a cidade ainda é mostrada com o seu desfile de balões de desenho animado que atraem uma muldtião feliz e inocente dos crimes cometidos em seus arranha-céus, sej apor engravatados que acabarão impunes seja por marginalizados pela sociedade. E creio que ninguém que conheça o Brett Ratner esperava que ele se aprofundasse no tema. Ele se concentra mais na ação e no humor mesmo, e faz isso muito bem, diga-se d epassagem. Ajuda muito ter reunido um ótimo elenco com personagens cativantes.

Roubo nas Alturas não ofende a inteligência de ninguém com suas situações rocambolescas e gera um ótimo entretenimento. Destaque pros diálogos sobre filmes e sobre as lésbicas do edifício e pras sacadas geniais de onde Shaw escondeu o dinheiro e onde o grupo de Kovacs o esconde depois. Um dos poucos problemas é que Ratner não consegue manter o ritmo das piadas na última parte e força um pouco a barra em uma ou outra reviravolta, como na parte do teto do elevador.


Também não fiquei muito satisfeito com o final e  o destino reservado para o personagem do Ben Stiller. Me pareceu uma tentativa mais uma vez forçada de trazer de volta pro foco principal da trama as consequências da crise econômica global, com ecos da cena final de Batman - O Cavaleiro das Trevas, mas o caso é que a sucessão de acontecimentos mostrados não conduzem praquilo, na minha opinião.

Mas o saldo é positivo, e posso dizer que o resultado é uma história leve, contendo um tema pertinente, e e que cumpre muito bem o objetivo de rir e entreter . Enfim, uma comédia despretensiosa que funciona como a muito tempo eu não via. Vale a pena assistir e se divertir.

Um comentário:

Anônimo disse...

FOLODA-SE.

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