quinta-feira, 10 de março de 2011
HQ dos Peanuts Sem Charlie Schulz????
Preparem-se fãs: Charlie Brown, Snoopy e cia. estão de volta pelas mãos de outros artistas.
A editora norte-americana Kaboom! (que publica muitas HQs de personagens Disney) anunciou o lançamento de uma graphic novel inédita dos Peanuts (a turminha de Charlie Brown, Snoopy, Lucy, Linus, Paty Pimentinha etc.) chamada Happiness is a Warm Blanket, Charlie Brown! (algo como A Vida é um Cobertor Quente Charlie Brown!), adaptação do longa animado de mesmo nome que também será lançado em março na TV estadunidense.
A história colorida de 80 páginas é criação do filho do criador Charlie Shulz, Craig Shulz, em parceria com o cartunista Stephen Pastis e os desenhistas Bob Scott, Vicki Scott e Ron Zorman. Essa publicação foi possível pelo fato dos herdeiros de Shulz terem vendido os direitos dos Peanuts em abril do ano passado para a Iconix Brand Group Inc. por 175 milhões de dólares.
Sejamos honestos: Charlie Shulz em vida nunc ateve o menor pudor em explorar comercialmente sua obra a exaustão. Ele nunca foi um Bill Watterson, por exemplo, que sempre se negou a transformar em qualquer tipo de produto seus personagens Calvin e Haroldo. Por isso, não é de surpreender que os filhos de Shulz queiram continuar explorando esse filão.
A questão é que Charlie Shulz escreveu e desenhou TODAS as tirinhas de jornal dos Peanuts entre outubro de 1950 e fevereiro de 2000, quando se despediu dos leitores, interrompendo a produção das HQs pouco antes de morrer de câncer. Ele criou uma identidade indelével a tal ponto que quem é muito fã dos Peanuts conhece perfeitamente as diferenças entre a tira e o desenho animado. Por exemplo, o fato de nas tiras a Garotinha Ruiva jamais mostrar rosto e no desenho sim, enquanto, por outro lado, Snoopy dividir seus pensamentos com o público nas tiras e ser totalmente mudo no desenho.
A Kaboom! vai ter que rebolar pra fazer algo de relevante e ao mesmo tempo enfrentar o crivo de fças do mundo todo. Ter Craig Shulz como um dos roteiristas também não é garantia de nada. Certa vez o filho de Arthur Conan Doyle se uniu a um escritor profissional e iniciaram um ambicioso projeto de dar continuidade as clássicas hsitórias de Sherlock Holmes, procurando simular até o estilo de escrita do autor. Ninguém mais lembra dessa iniciativa hoje e esse trabalho se tornou mais um entre infindáveis apócrifos com o detetive mais famoso do mundo, nunca tão lembrados e saudados como o cânone do Holmes de Conan Doyle, da mesma forma, os Peanuts de Charlie Shulz são a obra canônica que ficará pra sempre impenetrável de qualquer reinterpretação.
FONTE: As Leituras do Pedro.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários e críticas são bem vindos desde que acompanhados do devido bom senso.