sexta-feira, 18 de março de 2011

Climatinê: Passe Livre

por
Toon Link

Os irmãos Bobby e Peter Farrelly se tratando de comédia são nada menos que geniais. e esse filme foi o atestado de como os Farrelly por mais que tenham feito filmes menores nos últimos anos, nunca perderam a forma, Passe Livre é nada menos do que o melhor filmes dos caras desde Eu Eu Mesmo e Irene.


só pra situar, vamos voltar a filmografia dos farrelly:

Debby e Lóide, dois idiotas em apuros (1994)
Os Reis do Boliche (1996)
Quem vai ficar com Mary (1998)
Eu, eu mesmo e Irene (2000)
Osmose Jones (2001)
O Amor é Cego (2001)
Ligado em Você (2003)
Amor em Jogo (2005)
Antes só do que mal casado (2007)
Passe Livre (2011)


Pode-se dizer que na última década os caras tiveram uns tropeços se tratando do seu potencial (O Amor é Cego por exemplo é um filminho marromenos), mas sempre achei que a forma particular como os Farrelly conseguem fazer rir ainda estava escondida lá, esperando um projeto melhor pra vir à tona, e mesmo que eu goste bastante de Antes só do que mal casado, foi com Passe Livre que os Farrelly voltaram a mostrar um filme que fez jús a sua velha forma.


Sou da opnião de que a dupla de irmãos tem um estilo bem peculiar de fazer humor, poderia dizer que é com detalhes nonsense, mas esse "tipo de humor" está meio banalizado ultimamente, a questão é que eles conseguem fazer piada de forma que nenhuma outra pessoa no ramo consegue, de uma forma bem particular.

Citando o Eu, eu mesmo e Irene, um filme que gosto de usar como exemplo por ser o mais subestimado da carreira dos caras, um exemplo de como eles fazem esse tipo de humor pode ser exemplificado em uma das cenas iniciais quando temos um anão motorista de limosine que se demonstra um intelectual fazendo uma experiência socio-'nãoseioquê', a cena é hilária do início ao fim por estar recheada de pequenas gags(nem todas captadas por qualquer um e nem de fazer alguém gargalhar de fato, são só detalhes engraçados) de uma forma raramente usada que vai desde aos preconceitos sociais até as gags físicas.

Outro exemplo no mesmo filme que é melhor pra ilustrar isso ainda é como os Farrelly tem facilidade em fazer piadas com a estrutura da mídia e com as expectativas do público, como por exemplo numa cena onde o personagem do Jim Carrey está com seus "filhos" pequenos na poltrona assistindo TV e numa transição de cena eles são mostrados adultos, na mesma posição e em geral seus flhos estão absurdamente gordos o que faz com que o Carrey fique expremido entre os 3 na poltrona de forma que seria impossível ele ter entrado ali. é uma brincadeira com os clichês de direção e roteiro no cinema comercial, é o nonsense dos Farrelly.


Mas pera aê que isso não é uma resenha de Eu eu mesmo e Irene e sim de Passe Livre!




Passe Livre conta a história de 2 amigos, ambos casados e que suas devidas senhoras não estão satisfeitas com a postura dos dois em relaxão ao sexo, por isso eles acabam ganhando um "passe livre" o que os excluiria das obrigações da vida de casado por uma semana querendo que com o ocorrido eles alcansem mais maturidade na vida e deixem de fazer merda.


Cito esse exemplo do "Irene" pra ilustrar essa forma de humor que só os Farrelly conseguem fazer e que tiveram a sua aurora em Debby e Lóide, o primeiro e melhor filme deles, Passe Livre fez essa sensação voltar outra vez, como se os Farrelly voltassem a se sentir cofortáveis escrevendo uma história, ou mesmo estivessem mais inspirados mesmo.

O filme mostra que os caras ainda são os mesmos que conquistaram o mundo e marcaram o seu nome no mundo da comédia pra sempre com Quem vai Ficar com Mary, que aliás, foi usado como chamariz na divulgação do filme já que mesmo sendo lançado a mais de 10 anos atrás, ainda é o maior sucesso comercial da carreira dos diretores/roteiristas.

Algumas pessoas podem contestar isso, principalmente nessa ondinha "pós-avatar" onde qualquer coisa é apontada como clichê cegamente, nesse sentido quem não comprar a idéia do filme pode dizer que ele é clichê quando é exatamente o contrário, além de ser um fell-good-movie de uma forma que raramente é feito com hollywood, de forma inteligente, divertida, hamônica e feita com o coração.




Passe Livre volta com a ferocidade do tom subversido que a comédia dos Farrelly consegue ter, eles fazem piadas que mesmo que escatológicas ou excrachadas, conseguem soar diferente e mais divertidas do que geralmente são em filmes do tipo, isso graças ao talento da dupla em escrever seus roteiros, o filme é simplismente bom e não uma sucessão de situações absurdas que o públco geralmente já julga o suficiente pra se divertir.


O próprio Owen Wilson de quem não gostava ganhou meu respeito, e outra coisa legal do filme são os personagens coadjuvantes, o gordinho 'Indie' da lanchonete gera momentos muito engraçados assim como os amigos da dupla principal (incluindo aí o Richard Jenkins num papel hilário), aliás, o filme tem uma facilidade de dar fim aos personagens já que muitos aparecem pouco "dão sua contribuição" e somem, o que nem acho que atrapalhe o filme, só melhora o seu ritmo.




Então se você quer rir de se escangalhar esse é o filme certo (e praticamente a única opção nos cinemas atualmente), só resta ficar a tento dependendo das circunstâncias que você irá assistir pois o filme tem algumas piadas fortes (verbais e visuais).

E também lembre-se de que há uma cena durante os créditos(e dizem que depois também, mas esta eu não vi) que faz lembrar mais ainda o porque dos brothers serem geniais (nesse sentido a cena é quase tão hilária quanto a pós créditos do Eu, Eu mesmo e Irene).




Se existissem mais irmãos Farrelly no mundo da comédia hoje em dia o cinema estaria muito melhor, além claro de se pensar melhor sobre como se usar o humor politicamente incorreto, tão supervalorizado por qualquer coisa hoje em dia que qualquer um "pode fazer".


Nota: 9

Um comentário:

Otavio Almeida disse...

É, não consegui, meu amigo! Mas fiquei até o fim. Mas eu torço pelos Farrelly!

Abs!

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