Hollywood adaptará o mangá Death Note

Segundo o Deadline, o popular mangá Death Note, que já virou um anime de sucesso, teve três longas metragens live action (com atores) no Japão e até peça de teatro (inclusive uma encenada no Brasil) ganhará uma versão made in USA pelas mãos de Shane Black.

Shane Black ficou conhecido no mundo do entretenimento como roteirista de todos os filmes da série Máquina Mortífera com Mel Gibson e Danny Glover, além de outros filmes de ação como O Último Boy Scoutt com Bruce Willys e Marlon Wayans e o clássico da Sessão Da Tarde Deu a Louca nos Monstros (A Patrulha Monstro). A alguns anos ele se tornou diretor também, com o irregular, porém divertido, Beijos e Tiros com Robert Downey Jr. e Val Kilmer.

Death Note, criado por Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, totalizou treze volumes no Japão contando a história de Light Yagami que, ao achar o lendário Death Note (O Caderno da Morte) que mata as pessoas cujos nomes são escritos em suas páginas, decide fazer justiça eliminando todos os criminosos e corruptos do mundo. Mas, enquanto o portador do caderno vai enlouquecendo com o papel que se propôs de julgar os seres humanos, enquanto uma força-tarefa é organizada para prender o misterioso responsável pelas mortes, liderada pelo Detetive L, única mente capaz de rivalizar com a sagacidade de Light.

Black, que vai dirigir o filme para a Warner Bros, anda ocupado ultimamente com a adaptação de outro personagem de HQ, o clássico Doc Savage, e se declarou um fã de Death Note:

"É meu mangá favorito. Eu fiquei impressionado com sua sensibilidade única e brilhante. O que nós queremos fazer é levá-lo de volta para essência e aproximá-lo do que é tão complexo e verdadeiro sobre a complexidade da história, ao invés de tirar o conceito e tentar copiá-lo como um thriller americano."

Eu acho Shane Black um cara talentoso, mas indiscutivelmente como diretor ele é um excelente roteirista. Beijos e Tiros tem muitos problemas de ritmo narrativo. Lembro que uma crítica na época apontou que o problema do longa era que o diretor estava tão apaixonado pelo roteiro, feito pelo próprio Black, que não conseguia cortar ou modificar nada e assim não conseguia cadenciar o filme.

E apesar de eu conhecer pouco Death Note (sempre o vi mais como uma versão adolescente do mangá Monster) sei que praquilo funcionar tem que ter a dinâmica certa, assim como no original. E, embora fique feliz de ver a disposição do Shane Black nesse sentido, acho que todos ganharíamos mais, mesmo que em termos de comparação, se os longas japoneses, que ao menos visualmente são bem fiéis (E curiosamente foram produzidos pela Warner Bros. japonesa) tivessem sido lançados no Ocidente.

Mas a exemplo do que vem acontecendo com o filme recente da Patrulha Estelar, nenhuma distribuidora parece querer "arriscar" trazer pra cá uma adaptação fiel de uma obra cercada de fãs. Vai entender...