Pra quem não sabe esse trecho é parte da música Carolina IV do Angra. Advinda de um álbum conceitual (Holy Land) onde todas as músicas abordam (direta ou indiretamente) o descobrimento do Brasil em 1500.
Os arranjos musicais sofrem muita influência da música e cultura brasileira, com referências aos índios e seu folclore, e no caso de Carolina IV um pouco também da cultura africana. Conta também com arranjos clássicos, simbolizando a Europa naquela época. Em termos de letra estas abordam efeitos da descoberta sobre os nativos; o vislumbre e os desafios que as viagens marítimas acarretavam; o fascínio do novo mundo; o folclore e a cultura indígena da época, etc.
Os arranjos musicais sofrem muita influência da música e cultura brasileira, com referências aos índios e seu folclore, e no caso de Carolina IV um pouco também da cultura africana. Conta também com arranjos clássicos, simbolizando a Europa naquela época. Em termos de letra estas abordam efeitos da descoberta sobre os nativos; o vislumbre e os desafios que as viagens marítimas acarretavam; o fascínio do novo mundo; o folclore e a cultura indígena da época, etc.
Mas o foque aqui será Carolina IV, onde nesse post experimentarei uma análise detalhada sobre essa música (traduzida).
Intenções, amizades, promessas e sonhos... Por mais anacrônico que seja misturar Iemanjá com a descoberta do novo mundo, talvez o sentido seja esse que no fim tudo pertence ao mar volta para o mar. Talvez seja por isso que a música se encerre com o mesmo refrão em português.
Agora vamos para algumas curiosidades:
- Essa música é riquíssima na parte instrumental, ela reúne ou lembra instrumentalmente partes de todas as outras músicas do Holy land. Sem contar uma parte quase exclusiva no teclado/piano (peguem o vídeo lá em cima que tem a música e coloquem ela nos 5:13 min) e agora compare essa parte com essa música de Hermeto Pascoal.
- Estranhamente essa letra me remete muito Moby Dick, mesmo sendo histórias bem diferentes, alguns aspectos são parecidos como a ambição e o fascínio pelo mar. Reparem nesse trecho inicial de Moby Dick:
"Trate-me por Ishmael. Há alguns anos não importa quantos ao certo, tendo pouco ou nenhum dinheiro no bolso, e nada em especial que me interessasse em terra firme, pensei em navegar um pouco e visitar o mundo das águas. É o meu jeito de afastar a melancolia e regular a circulação. Sempre que começo a ficar rabugento; sempre que há um novembro úmido e chuvoso em minha alma; sempre que, sem querer, me vejo parado diante de agências funerárias, ou acompanhando todos os funerais que encontro; e, em especial, quando minha tristeza é tão profunda que se faz necessário um princípio moral muito forte que me impeça de sair à rua e rigorosamente arrancar os chapéus de todas as pessoas então percebo que é hora de ir o mais rápido possível para o mar. Esse é o meu substituto para a arma e para as balas. Com garbo filosófico, Catão corre à sua espada; eu embarco discreto num navio. Não há nada de surpreendente nisso. Sem saber, quase todos os homens nutrem, cada um a seu modo, uma vez ou outra, praticamente o mesmo sentimento que tenho pelo oceano."
Clique na imagem pra ler uma resenha que eu fiz sobre o livro:
- Engraçado como Mitologia Iorubá (ou Yoruba: Grupo étnico africano, que habita a Nigéria. referindo-se também à mitologia africana) remete muito as mitologias pagãs ou cristãs (mesmo antes do sincretismo). Por exemplo, Iemanjá é a princesa do mar, filha de Olokun (deus/orixá genioso como Poseidon), que dependendo da vertente pode ser uma entidade masculina ou feminina misturado com peixe, que foi acorrentado no fundo do oceano, quando tentou matar a humanidade com o dilúvio.
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Bom por hoje é só pessoal, espero que tenham gostado.
5 comentários:
Lilian...
Nossa que post bonito eim rapaz...
Que pena que eu não achei a música (aos meus ouvidos) grande coisa.
bom deve ser funk pra vc ne filha da puta
Calma gnt, gosto é gosto.
Amo essa música
Me emocionei bastnate ao ler a letra e sua análise dessa música, apesar de conhecer há anos, mas nunca ter parado para apreciar os detalhes. Excelente ótica desta bela obra de arte. Muito obrigado! RIP Andre Matos
Desde la primera vez que escuché esta canción pude sentir el ansia y expectativa de conocer el nuevo mundo, así como lo plasma esta obra de arte, espero algún día conocer Brasil, tierra misteriosa y bella, saludos desde Ecuador
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